sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ser criterioso ao votar.

No  domingo leve muito a sério a escolha de para quem você vai dar o seu voto de confiança.
Afinal se não for criterioso só poderá modificar seu ato daqui a 4 anos. E o estrago já terá sido demasiado.

domingo, 30 de setembro de 2012

30/09 - Dia do Jornaleiro

30/9 - Dia da Navegação

Um navio é uma grande embarcação, geralmente dotada de um ou mais conveses. Um navio tem, geralmente, tamanho para transportar os seus próprios barcos, como botes salva-vidas, botes ou lanchas. Uma regra básica (embora nem sempre se aplique): "um navio pode com um barco, mas um barco não pode com um navio". Geralmente a lei local e órgãos de regulamentação irão definir o tamanho concreto (ou o número de mastros) que um barco deverá ter para ser elevado à categoria de navio (Note que os submarinos não são referidos como "barcos", excepto os submarinos nucleares, classificados como navios). A SAMSUNG é a 2ª maior produtora de navios do mundo, só ficando atrás da também sul-coreana Hyundai.



Outra definição para "Navio" é qualquer embarcação que transporte carga com objectivo comercial. Os navios de passageiros transportam "supercarga" (outra designação para passageiros e pessoas que não trabalham a bordo). Barcos de pesca nunca são considerados "navios", embora também transportem botes salva-vidas e carga (a pesca do dia). Os Ferries de pequena dimensão também não são considerados "navios", no entanto a maioria dos ferries em serviço no mundo são navios de passageiros, com capacidade para transportarem também veículos. A Náutica refere-se aos navios e às práticas de navegação.


sábado, 29 de setembro de 2012

29/9 - Dia do Petróleo

A hipótese ortodoxa (tradicional) leva em conta que com o incremento de temperatura, as moléculas do querogênio começariam a ser quebradas, gerando compostos orgânicos líquidos e gasosos, em um processo denominado catagênese. Para se ter uma acumulação de petróleo seria necessário que, após o processo de geração (cozinha de geração) e expulsão, ocorresse a migração do óleo e/ou gás através das camadas de rochas adjacentes, até encontrar uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu caminho, sob a qual ocorrerá a acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa e permeável chamada rocha reservatório.A maioria dos geólogos ainda acredita que ele se forme a partir de substâncias orgânicas procedentes da superfície terreste (detritos orgânicos), mas esta não é a única teoria sobre a sua formação. Os avanços obtidos em estudos de astronomia, astrofísica, oceanologia, biologia, termodinâmica, entre outros permitem supor uma origem abiogênica e sua posterior contaminação por bactérias às quais serve de nutriente sendo que essas últimas deixam suas marcas que ainda induzem a um paradoxo para a maioria dos geólogos e outros pesquisadores.

Registros históricos da utilização do petróleo remontam a 4000 a.C. devido a exsudações e afloramentos freqüentes no Oriente Médio. Os povos da Mesopotâmia, do Egito, da Pérsia e da Judéia já utilizavam o betume para pavimentação de estradas, calafetação de grandes construções, aquecimento e iluminação de casas, bem como lubrificantes e até laxativo. No início da era cristã, os árabes davam ao petróleo fins bélicos e de iluminação. O petróleo de Baku, no Azerbaijão, já era produzido em escala comercial, para os padrões da época, quando Marco Polo viajou pelo norte da Pérsia, em 1271.
A moderna indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, na Escócia, James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e xisto betuminoso, e criou processos de refinação. Em agosto de 1859 o norte-americano Edwin Laurentine Drake, perfurou o primeiro poço para a procura do petróleo (a uma profundidade de 21m), na Pensilvânia. O poço revelou-se produtor e a data passou a ser considerada a do nascimento da moderna indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de dois mil barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões em 1863, e para dez milhões de barris em 1874.No Brasil, a primeira sondagem foi realizada no município de Bofete-São Paulo, entre 1892-1896, por Eugênio Ferreira de Camargo, quando ele fez a primeira perfuração na profundidade de 488 metros; contudo, o poço jorrou somente água sulfurosa. Foi somente no ano de 1939 que foi descoberto o óleo de Lobato (Salvador) na Bahia.

Fonte: http://www.ilhado.com.br/index.php?id_editoria=24&id=1628

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

27/9 - Dia Mundial do Turismo

Desde 27 de Setembro de 1980, que é celebrado pela Organização Mundial do Turismo como o Dia Mundial do Turismo. Foi estabelecido pela terceira conferência da Assembleia Geral da OMT em Torremolinos (Espanha), em setembro de 1979.

domingo, 23 de setembro de 2012

Bem vinda a Primavera!!!

Aproveitem as flores e o perfume deste adorável período do ano!
Também conhecido por Equinócio de Primavera para nós ou de Outono para o Hemisfério Norte.



O equinócio de primavera

Por Regina Auxiliadora Atulim

Embora os efeitos da primavera sejam menos perceptíveis no hemisfério sul que no hemisfério norte da Terra, notamos que, nessa época, a vegetação torna-se exuberante, os pássaros cantam mais e os dias adquirem um brilho e uma nitidez diferentes dos dias de inverno. Poderíamos nos contentar simplesmente com a contemplação da natureza, a sensação do aquecimento proporcionado pelo Sol da manhã e com as temperaturas amenas das noites, mas não. Vamos mais além e nos perguntamos? Por que a primavera é, senão a mais bonita, a estação do ano mais confortável? Por que a vegetação torna-se mais verdejante? Que é equinócio? De que maneira primavera e equinócio se relacionam?
Essas são questões que exigiram muitos estudos e um grande intervalo de tempo de observações do Sol, do céu e da natureza para serem respondidas. Em linguagem astronômica, os equinócios são dois pontos de intersecção entre o equador celeste (projeção do equador da Terra sobre a esfera celeste) e a Eclíptica (trajetória aparente do Sol em torno da Terra, decorrente da falta de percepção do movimento de translação da Terra em torno do Sol).
O equador celeste divide a esfera celeste em dois hemisférios - o norte e o sul. Os pontos de equinócio marcam a passagem do Sol de um hemisfério celeste para o outro: aproximadamente no dia 23 de setembro de cada ano, o Sol passa por um ponto de equinócio (ponto libra), deixando o hemisfério celeste norte e entrando no hemisfério celeste sul; por volta do dia 20 de março, passando pelo outro ponto de equinócio (o ponto gama), ocorre o contrário. Essas datas são conhecidas como os dias dos equinócios de primavera e de outono, respectivamente, e coincidem com início das estações da primavera e do outono no hemisfério sul da Terra (no hemisfério norte elas correspondem ao início das estações do outono e da primavera).
Da cidade de São Paulo (latitude = 23º 32' sul), podemos visualizar as mudanças de estação observando o movimento do Sol ao longo do ano. Percebemos facilmente que nos meses de verão, o Sol permanece acima do horizonte por mais tempo que abaixo - os dias são mais longos que as noites. No inverno, a situação se inverte. A observação diária do nascer e do ocaso do Sol nos revela que ele se ergue e mergulha em diferentes pontos do horizonte ao longo do ano: durante o verão, ele surge em pontos do horizonte situados ao sul do ponto cardeal leste e se esconde ao sul do ponto cardeal oeste.
Durante o inverno, seu nascer e ocaso ocorrem em pontos situados ao norte dos pontos cardeais leste e oeste. Percebemos que, por volta do dia 22 de dezembro de cada ano, o Sol nasce no ponto do horizonte mais afastado possível do leste na direção sul (entre o leste e o sudeste). Nesse dia, notamos que as sombras dos objetos têm tamanhos mínimos e quando o Sol cruza a região mais alta do céu, sua distância ao zênite (ponto mais alto do céu diretamente acima de nossas cabeças) é mínima. Esse dia é chamado solstício de verão, quando tem início a estação mais quente do ano no hemisfério sul da Terra.
Durante o verão, a insolação é maior: estando o Sol no hemisfério celeste sul, seus raios incidem perpendicularmente à superfície de São Paulo e, por isso, atravessam uma espessura menor da atmosfera terrestre, perdendo assim menos energia que quando atingem a superfície mais obliquamente. Por encontrar-se no hemisfério celeste sul, o Sol percorre uma trajetória diurna mais longa no céu da cidade, permanecendo menos tempo abaixo do horizonte. Cerca de seis meses depois, por volta do dia 20 de junho, a situação se inverte: o Sol nasce no ponto mais distante possível do ponto cardeal leste para os lados do norte (entre o leste e o nordeste) e se põe entre o oeste e o noroeste. Nessa data, por volta do meio-dia, os objetos projetam as maiores sombras possíveis, pois os raios solares atingem a superfície do hemisfério sul muito obliquamente.
Em decorrência da maior obliqüidade dos raios, a intensidade da energia solar que atinge a superfície é menor, provocando um menor aquecimento da atmosfera. Por encontrar-se no hemisfério celeste norte, o Sol percorre uma trajetória diurna muito curta no céu da cidade de São Paulo, permanecendo por mais tempo abaixo do horizonte. Partindo-se de um dia de solstício, observamos que, a cada dia, o Sol nasce e se põe em pontos do horizonte cada vez mais próximos do ponto cardeal leste e, pouco a pouco, as durações das noites e dos dias vão se igualando, atingindo um certo equilíbrio nos dias de equinócio, quando, então o Sol nasce praticamente sobre o ponto cardeal leste e se põe sobre o ponto cardeal oeste.
Desde o solstício de verão até o solstício de inverno, os raios solares vão se tornando cada vez mais oblíquos, diminuindo o aquecimento da superfície e, por conseqüência, a temperatura do ar. Durante o outono, muitas espécies vegetais preparam-se para a diminuição da energia solar, perdendo grande parte ou totalmente as folhas, devido à redução do metabolismo durante o inverno. Após o solstício de inverno, os raios solares vão tornando-se mais energéticos, e à medida que a primavera se aproxima, a vegetação volta a se cobrir de folhas, preparando-se para a retomada da produção de energia pela fotossíntese. Os pássaros começam a sair dos ninhos em busca de comida, mais escassa durante o inverno e cantam mais por causa dos rituais de acasalamento.
A vida na superfície da Terra durante muito tempo dependeu das estações do ano, principalmente no hemisfério norte, onde os invernos e verões são mais rigorosos por causa da maior concentração de terras do que de oceanos. A agricultura também era regida pelas estações: a época de semeadura iniciava-se com a primavera e a colheita ocorria, no máximo, durante o outono para que os estoques de alimentos fossem preparados para os tempos difíceis do inverno.
Atualmente, nas regiões mais castigadas pelo frio (ou pelo calor) bem como nas mais humildes, a agricultura talvez ainda dependa do ciclo de estações, mas nos locais mais desenvolvidos e menos susceptíveis a grandes amplitudes térmicas, a tecnologia ajuda a contornar as deficiências e os excessos da natureza, tornando possível iniciar-se empreendimentos agrícolas praticamente em qualquer época do ano.

Fonte: http://www.ceuaustral.pro.br/equinocio.htm

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

18/9 - Dia dos Símbolos Nacionais

Os Símbolos Nacionais são (Lei Nº 5.700):


1 - a Bandeira Nacional.
2 - o Hino Nacional.
3 - as Armas Nacionais.
4 - o Selo Nacional.

Bandeira
A Bandeira do Brasil foi projetada, em 1889, por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares. Inspirada na Bandeira do Império, foi desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret, com a esfera azul-celeste e a divisa positivista "Ordem e Progresso" no lugar da Coroa Imperial, por sugestão de Benjamim Constant a Raimundo T. Mendes. A expressão foi extraída da fórmula máxima do Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim", que se decompõe em duas divisas usuais - uma moral, 'Viver para outrém' (altruísmo - termo criado por Comte), ou seja, por o interesse alheio acima de seu próprio interesse; e outra estética, 'Ordem e Progresso', que representa cada coisa em seu devido lugar para a perfeita orientação ética da vida social. Dentro da esfera, está representado o céu do Rio de Janeiro, com a constelação do Cruzeiro do Sul, às 8h30 de 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da República. As estrelas foram inspiradas nas que, realmente, brilhavam no céu do Brasil, na histórica madrugada daquela data: "Espiga, Procium, Sirius, Canopus, Delta, Gama, Epsilon, Seta, Alfa, Antares, Lambda, Mu, Teta e outras".

Arma
No sentido simbólico, a arma é um antimonstro que, por sua vez, pode se transformar também num monstro se for desviada de sua finalidade (lutar contra o inimigo) para dominar o amigo ou o outro. Essa característica da arma vem do fato de ela representar, ao mesmo tempo, um instrumento de justiça e de opressão, de defesa e de conquista. De qualquer forma, a arma materializa a vontade direcionada para um objetivo específico.
Certas armas ainda simbolizam funções: a maça, o bastão e o chicote seriam atributos do poder do soberano; a lança e a espada, o arco e a flecha são atributos do guerreiro; a faca, o punhal, a adaga e o venábulo são símbolos do caçador; e o raio e as redes são atributos da divindade suprema.

Selo
Objeto de importância fundamental nas antigas civilizações orientais, o selo é utilizado em várias áreas e situações. O rei imprime seu selo sobre os documentos que expressam suas decisões. É, portanto, um sinal de autoridade e poder, autenticando um tratado público ou privado.
O selo preserva também determinado documento de publicação antecipada (testamento) e daí a palavra selar ser sinônimo de "fechar", "lacrar", "reservar". Neste sentido, o selo é símbolo de segredo.
O selo marca uma pessoa ou um objeto como propriedade indiscutível daquele cuja estampilha trazem. Deus marca os homens com o seu selo (veja na Bíblia, em Ezequiel 9,4 - Apocalipse 7, 3) mostrando, desta forma, que eles lhe pertencem e estão sob a sua proteção.

Hino
Os antigos acreditavam que a música era uma harmonia dos números e do cosmo - e que o próprio cosmo podia ser reduzido a números sonoros. Recorrer à música, com seus timbres, suas tonalidades, seus ritmos, seus instrumentos diversos, é um dos meios da pessoa se ligar à plenitude da vida cósmica.
Em todas as civilizações, os atos mais importantes da vida de um grupo ou de uma pessoa são marcados pela música - hinos, canções, melodias.O Hino Nacional do Brasil tem letra de Joaquim Osório Duque Estrada (1870 - 1927) e música de Francisco Manuel da Silva (1795 - 1865). Foi oficializado pela Lei nº 5.700, de 1 de setembro de 1971, publicada no Diário Oficial (suplemento) em de 2 de setembro de 1971.

Outros Símbolos:
Árvore Nacional: Ipê Amarelo?? ou Pau Brasil??
Embora o Ipê seja considerado árvore-símbolo do Brasil (pela Lei nº 6.607 de 7 de Dezembro de 1978) o Pau-Brasil foi declarado Árvore Nacional. Pelos projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975, tentou-se instituir o Ipê como flor nacional do Brasil. Ambos os projetos foram arquivados na Câmara dos Deputados. O projeto de lei PL-3380/1961 visava declarar o Pau-Brasil e o Ipê-Amarelo, respectivamente, Árvore e Flor Nacionais, mas este projeto não foi aprovado.

Fonte: http://geoprofessora.blogspot.com/2008/09/dia-dos-smbolos-nacionais-18-de.html
 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

17/9 - Dia da Compreensão Mundial

Não existe um caminho para a paz; a paz é o caminho."

(Mahatma Gandhi)

"A justiça proporcionar-te-á a paz, mas também trabalhos."
(Ramón Llull, escritor, filósofo, místico e missionário espanhol)

"A humanidade não pode libertar-se da violência senão por meio da não-violência."
(Mahatma Gandhi)

"O segredo para viver em paz com todos consiste na arte de compreender cada um segundo a sua individualidade."
(Federico Luis Jahn)

"A maior parte dos que não querem ser oprimidos não desgostaria de ser opressor."
(Napoleão)

"Aqueles que tornam impossível uma revolução pacífica tornam inevitável uma revolução violenta."
(J. F. Kennedy)

"O rio atinge os objectivos porque aprendeu a contornar os obstáculos."
(André Luiz)

"Sei que a paz é mais difícil que a guerra."
(Juscelino Kubitschek)

"A paz vem de dentro de ti próprio, não a procures à tua volta."
(Buda)

"O mundo não está ameaçado pelas más pessoas, mas sim por aqueles que permitem a maldade."
(Albert Einstein)

"Uma vez que as guerras nascem no espírito dos homens, é no espírito dos homens que se devem erguer as defesas da paz. "
(Archibald McLeish, poeta americano)

"A cultura ajuda um povo a lutar com as palavras, em vez de o fazer com as armas."
(Glugiermo Ferrero)

"Aquilo que se obtém com violência só se pode conservar pela violência."
(Mahatma Gandhi)

"Sou um homem pacífico; Deus sabe quanto amo a paz. Porém, espero jamais ser tão covarde que confunda opressão com paz."
(Kossuth)

domingo, 16 de setembro de 2012

16/9 - Dia Internacional da Preservação da Camada de Ozônio


O dia 16 de setembro foi designado como "Dia Internacional do Ozônio", um dia que deveria servir de meditação para todos porque representa uma enorme conquista recente da Humanidade civilizada. Trata-se de um acontecimento que poderia (e poderá ainda) trazer consequências desastrosas para os seres vivos, que é o aumento da radiação ultravioleta pela destruição da camada de ozônio. O Homem moderno criou substâncias artificiais que destroem a camada de ozônio, mas uma vez identificado o problema, soubemos sentar à mesa de negociação e dar início ao saneamento do problema. A conquista foi conseguida a duras penas através de um tratado internacional chamado Protocolo de Montreal, assinado em 1987, e através do qual houve um comprometimento das nações mais desenvolvidas de não mais usar substâncias que destroem a camada de ozônio da Terra. O problema foi assim resolvido em parte, e acredita-se na comunidade científica, o pior já passou.


O Ozônio é uma substância química natural da atmosfera terrestre. É um gás que se forma de 3 átomos de oxigênio atômico. Seu símbolo é O3. A camada de ozônio é uma região da atmosfera terrestre, em torno de 25 a 30 km de altura, onde a concentração do gás ozônio é maior. A camada de ozônio tem importância fundamental para a vida no planeta Terra. É ela que absorve a radiação UV-B do Sol, e assim não permite que esta radiação, prejudicial à vida, chegue até a superfície da Terra. Radiação solar, em geral, é a energia que vem do Sol. Esta energia é distribuída em vários comprimentos de onda: desde o infra-vermelho até o ultra-violeta (UV), passando pelo visível, onde a energia é máxima. Na parte do UV, existe o UV-C, que é totalmente absorvido na atmosfera terrestre; o UV-A, que não é absorvido pela atmosfera; e o UV-B, que é absorvido pela camada de ozônio. A radiação UV-B é responsável por inúmeras sequelas nos seres vivos. O câncer de pele é a doença mais citada pelos médicos. Mas tem efeitos indesejáveis também na visão, onde pode produzir catarata, e tem influência negativa no DNA das células, diminuindo as defesas naturais do organismo. A camada de ozônio está sendo atacada por substâncias químicas produzidas pelo Homem moderno. Estas substâncias, sintetizadas em laboratório, são conhecidas pelo nome coletivo de CFC (cloro-fluor-carbonetos). Uma das componentes destas substâncias é o cloro, que ataca e destrói o ozônio na estratosfera. O Buraco na Camada de ozônio é um fenômeno que só acontece na Antártica, isto é, na região do Polo Sul. É um fenômeno cíclico. É uma destruição violenta de ozônio na atmosfera, durante a primavera de cada ano, quando mais da metade da camada é destruída. Nestas ocasiões, a radiação UV-B aumenta muito. Por estar distante do Brasil, não nos afeta diretamente, embora tenha influências indiretas de interesse científico. É um fato, registrado por medidas em vários locais do mundo, que a camada de ozônio está diminuindo, numa taxa média anual de 4% por década. Como a camada é o único filtro natural protetor contra a radiação UV-B, esta radiação deve aumentar nos próximos anos. A radiação UV-B está sendo monitorada em todo o mundo, inclusive no Brasil pelo INPE. Ainda não há evidências concretas mostrando um aumento do UV-B nos últimos anos. Mas tudo leva a crer, teoricamente, de que a radiação UV-B deverá aumentar nos próximos anos. Não é perigoso ficar no sol, a não ser quando a exposição é exagerada. Existem hoje meios de se determinar para cada paciente, o tempo que pode ficar exposto ao sol sem se queimar, e sem o risco de ter câncer de pele no futuro.

É perfeitamente possível ficar mais tempo no Sol, com alguns cuidados que protegerão adequadamente, como o uso do guarda-sol, de chapéu, camiseta, óculos, etc. No entanto, a maneira tecnologicamente mais correta de se proteger do Sol nos nossos dias, é através do uso de protetores solares químicos, disponíveis no mercado, e produzidas por empresas competentes. Deve-se passar estes filtros solares mais de uma vez durante o banho de sol. Os filtros solares normalmente vêm com uma indicação numérica, bem visível, estampada no frasco, por exemplo, 15. Este é o chamado fator de proteção. Ele indica quantas vezes mais, em minutos, o paciente pode ficar ao Sol, com total proteção. Assim, se a Tabela de exposição indica, para um certo índice de UV-B, que o tempo de exposição é de 5 minutos, com o protetor de fator 15, o paciente poderá ficar 15X5=75 minutos ao Sol. Finalmente, cabe um pergunta final: Nossos pais não se preocupavam tanto com o Sol, porque nós precisamos? Por que o meio ambiente em que vivemos está mudando. A camada de ozônio está mudando. Nas próximas décadas mais ozônio vai ser destruído, e tudo leva a crer que o UV-B vai aumentar. Por isto é importante que todos tomem mais cuidado. É uma questão de saúde. Quem abusar vai sofrer as consequências.



Fonte: http://www.dge.inpe.br/ozonio/kirchhoff/html/artigo3.html
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/ozonio/home.html

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Cientistas africanos anunciam pílula de dose única contra a malária

Emerson Penha
Da Agência Brasil, em Moçambique
        

Cientistas da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, anunciaram o desenvolvimento de um novo remédio para combater a malária. Sem nome comercial, ele é apresentado apenas pela sigla MB 390048.
O medicamento promete combater os cinco tipos conhecidos da doença com um único comprimido, tomado de uma só vez. Testes realizados em animais mostram que o micro-organismo causador da malária, o protozoário Plasmodium, desapareceu do organismo após uma dose do produto. E o medicamento ainda impede que o mosquito Anopheles transmita o mal a outras pessoas depois de picar alguém infectado.

Em 2010, a OMS (Organização Mundial da Saúde), órgão ligado a ONU, registrou 216 milhões de casos em todo o mundo. A malária causa, entre outras coisas, febre, mal-estar, fortes calafrios e anemia. Sem o tratamento adequado, que deve ter início logo após aparecerem os primeiros sintomas, a doença pode levar à morte.
No ano passado, cerca de 1 milhão de pessoas morreram de malária no mundo – 890 mil só na África Subsaariana. No Brasil, 97% dos casos ocorrem na Amazônia. As principais vítimas são as crianças. As autoridades de saúde estimam que, no Continente Africano, uma criança morra a cada quarenta e cinco segundos por causa da malária.
Os cientistas sul-africanos comemoram o feito: é a primeira vez que uma pesquisa feita na África por pesquisadores locais chega a resultados tão concretos. Em um continente marcado por miséria, grandes distâncias e comunidades isoladas na selva, o remédio recém-descoberto traz grande esperança. Segundo os pesquisadores, com a nova tecnologia, em duas ou três décadas pode ser possível erradicar a malária em todo o mundo.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/11/cientistas-africanos-anunciam-novo-remedio-contra-a-malaria.htm
 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Tardígrado, o animal mais resistente do planeta

Osmairo Valverde
Pensa que já viu de tudo? Conheça o pequeno Tardígrado.
Imortal? Quase. Não seria exagero dizer que esse pequeno animal é de outro mundo. Seu nome? Tardígrado, também chamado de urso d’água ou leitões do musgo. Essas criaturas são na verdade artrópodes aracnídeos (da classe das aranhas), possuindo oito patas, cada pata possui de quatro a oito pequenas garras e seu corpo varia de 0,05 a 1,25mm. Vivem entre os musgos e liquens, podendo ser fortemente pigmentados, indo do laranja avermelhado ao verde oliva.
Esses animais possuem uma anatomia complexa, são recobertos de quitina e não existe sistema circulatório e nem aparelho respiratório, as trocas gasosas são realizadas de forma aleatória em qualquer parte do corpo. A grande maioria se alimenta sugando o conteúdo celular de bactérias ou de algas. São encontrados em todo o planeta, desde o fundo oceânico ao alto do Himalaia. Das mais de 600 espécies conhecidas, cerca de 300 foram descritas no Ártico e na Antártica, também foram catalogadas 115 espécies na Groenlândia.
Em Setembro de 2007, a Agência Espacial Européia realizou uma pesquisa utilizando os tardígrados, colocando-os em uma cápsula espacial, a Foton-M3, e os enviou ao espaço. Resultado? Os bichinhos não só sobreviveram aos raios cósmicos, radiação ultravioleta e falta de oxigênio, mas ainda foram capazes de reproduzirem num ambiente tão inóspito. Para ter uma noção, no espaço, os raios ultravioletas são cerca de mil vezes mais intensos do que os encontrados na Terra. Ainda é um mistério sem explicação ou teoria para o motivo pelo qual estes animais conseguiram sobreviver por tanto tempo sem oxigênio e sendo bombardeado com altas doses de radiação cósmica.
Longevidade é uma das grandes características; podem viver até os 120 anos, um recorde para um animal com um tamanho tão pequeno. Como se não bastasse possuírem fantástico poder reparador, os Tardígrados simplesmente “desligam” seu metabolismo quando existem condições adversas como extrema seca. Possuem também a inacreditável capacidade de reparar o seu DNA de danos causados por radiação. Achou pouco?
Mais de 75 mil é a quantidade de pressão que ele suporta, isso equivale a dezenas de vezes a pressão enfrentada pelos animais dos locais mais profundos do oceano, nas zonas abissais. Suportam também imersões durante alguns minutos em temperaturas de 200 ºC (duas vezes mais quente que a água fervente da sua chaleira). Solventes como o álcool etílico a 96% ou éter não fazem nem cócegas neles.
Se os seres humanos forem expostos a 100 grays de radiação, ocorre à morte devido à falência do sistema nervoso central, o que resulta em perda da coordenação motora, distúrbios respiratórios, convulsões, estado de coma e finalmente a morte que pode ocorrer em cerca de um ou dois dias após a exposição. Já os “imortais” tardígrados suportam nada mais e nada menos que 5700 grays de radiação. Dá para acreditar?
Todo mundo que passou pelo segundo grau, certamente sabe o que é o zero absoluto ou ao menos ouviu falar. É a temperatura na qual não existe movimentação de nenhuma molécula. É uma temperatura teórica porque é extremamente baixa, -273,15ºC, o que equivale ao zero na escala Kelvin e, apesar de os cientistas não terem alcançado esse valor, chegaram muito próximo.
Os tardígrados são realmente especiais. Algumas universidades americanas fizeram pesquisas com tardígrados, congelando-os em uma temperatura super próxima do zero absoluto, cerca de -271 ºC. Os cientistas não ficaram surpresos quando “reanimaram” os animais colocando apenas água e descongelando-os. Não se esperaria que nenhum animal sobrevivesse após terem sido congelados nesta temperatura, mas os tardígrados realmente provaram que são completamente diferente de todo o tipo de vida conhecida no nosso planeta.
 
 
 

Mais de 90% dos corais do Caribe estão mortos, revela estudo

Pesca, poluição e aquecimento global devem destruir todos os recifes do planeta até 2050

O despejo excessivo de poluentes em águas da América Central, bem como as alterações radicais do padrão climático local, estão prestes a destruir por completo uma das maiores concentrações de corais do planeta. De acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira (10/09) pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês), apenas 8% da barreira de recifes caribenha permanece viva.

Para a equipe de ambientalistas responsável pela pesquisa, a sobrevivência desse imenso ecossistema marinho depende agora de medidas governamentais de conservação urgentes. Hoje ínfimas, suas taxas de crescimento vem desacelerando desde a década de 1970, quando a área viva da barreira não passava da marca dos 50%. Trata-se de um recrudescimento de 42 pontos percentuais em pouco mais de quatro décadas.

"As principais causas da destruição dos corais são bem conhecidas e incluem pesca desregulada, poluição, doenças e o branqueamento provocado pelo aumento das temperaturas. O que há agora é uma necessidade urgente de reduzir drasticamente os impactos humanos na área, isso se há algum interesse em ver esses recifes e os cardumes que dependem deles sobrevivendo ao longo das próximas décadas", comentou ao jornal britânico The Guardian, Carl Gustaf Lundin, diretor global dos programas de preservação marinha e polar da IUCN. Alertas sobre a degradação de recifes de corais no mundo inteiro tornaram-se mais frequentes ao longo dos últimos anos, especialmente por conta do crescente aumento da concentração de poluentes em ambientes marinhos. Mais além, especialistas também perceberam uma elevação da acidez dos oceanos e registraram uma expansão da pesca de espécies que se refugiam nesses ecossistemas.
No início do ano passado, cientistas do WRI (Instituto de Recursos Naturais, na sigla em inglês) revelaram estimativas mais otimistas após calcularem que 75% dos recifes de corais caribenhos corriam risco de desaparecer. De acordo com esse estudo, um quadro ainda mais delicado está se desenvolvendo na costa sudeste da África, onde esse tipo de dano atinge 95% da área habitada por essa variedade de ecossistema. A previsão dessa ONG é de que, até 2050, todos os recifes de corais do planeta estarão em condições críticas.
Em todo o planeta, 275 milhões de pessoas vivem em regiões habitadas por recifes. A expectativa da IUCN é de que esse recrudescimento do espaço habitado por corais traga prejuízos substantivos a comunidades costeiras de países dependentes de recursos gerados pela pesca e pelo turismo. Apenas em algumas ilhas mais remotas do Caribe a situação é menos crítica. Nas Antilhas Holandesas e nas Ilhas Cayman, por exemplo, a porças de corais mortos não ultrapassa a marca de 70% das áreas catalogadas.
O relatório da IUCN foi elaborado por 36 cientistas oriundos de 18 países. Ao longo desta semana, a organização coordena seu Congresso Mundial de Conservação nas ilhas Jeju, na Coreia do Sul. A organização propõe o estabelecimento de cotas para a indústria pesqueira, a criação de mais áreas de proteção marinha e a aprovação de medidas que restrinjam o uso de determinados fertilizantes em fazendas próximas ao litoral.
Os corais são peça-chave para o equilíbrio ecológico dos oceanos pois operam como abrigos para animais mais jovens e, portanto, indefesos. Mais além, também representam um importante fonte de renda para as comunidades locais, que dependem fortemente da renda gerada por atividades turísticas.

Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/24229/mais+de+90%25+dos+corais+do+caribe+estao+mortos+revela+estudo.shtml

domingo, 9 de setembro de 2012

9/9 - Dia do Médico do Veterinário


Agradecemos à eles,
que são os anjos da guarda dos nossos anjos da guarda de quatro patas.

sábado, 8 de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

Entenda os critérios de classificação funcional nas Paralimpíadas londrinas

Saiba como é feita a avaliação dos atletas e os significados das nomenclaturas.
Nas Paralimpíadas, cada esporte tem um próprio sistema de classificação funcional do atleta, realizado através de três avaliações. Primeiro é feito um exame físico para verificar exatamente de qual patologia o competidor sofre. Depois, na avaliação funcional, são realizados testes de força muscular, amplitude de movimento articular, medição de membros e coordenação motora. A última etapa é o exame técnico, que consiste na demonstração da prova em si, com o atleta usando as adaptações necessárias. São observadas a realização do movimento, a técnica utilizada, assim como as próteses e órteses.
Atletas que praticam mais de um esporte recebem uma classificação para cada atividade, e os avaliadores podem rever o parecer dado durante as competições. As siglas oficializadas pelo Comitê Paralímpico Internacional fazem sempre referência ao nome da modalidade ou da deficiência em inglês, e os números indicam o grau de comprometimento de acordo com a lesão.
ATLETISMO
Terezinha Guilhermina atleta paraolímpica  (Foto: Fernando Maia / Fotocom.net)Terezinha Guilhermina compete na T11 nos 100m e
200m (Foto: Fernando Maia / Fotocom.net)
A letra “F” (de field, em inglês) é utilizada para provas de campo, como arremesso, lançamentos e saltos. A letra “T” (de track, em inglês) é utilizada para corridas de velocidade e fundo. Entenda a numeração.
· 11 a 13: deficientes visuais
· 20: deficientes mentais
· 31 a 38: paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes)
· 40: anões
· 41 a 46: amputados e outros
· 51 a 58: competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesão medular e amputação)

BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS
Os atletas recebem uma classificação funcional que varia de 1 a 4,5 pontos, de acordo com o comprometimento motor: quanto menor o comprometimento do atleta, maior a pontuação. Durante o jogo, a soma total dos cinco jogadores não pode ultrapassar os 14 pontos.
BOCHA
· BC1: atletas com paralisia cerebral que conseguem arremessar a bola. Podem ter auxílio para estabilizar a cadeira e receber a bola.
· BC2: atletas com paralisia cerebral com mais facilidade para arremessar a bola do que os da classe BC1. Não há assistência.
· BC3: atletas com paralisia cerebral que não conseguem arremessar sozinhos e utilizam uma rampa para isso.
· BC4: atletas com outras deficiências severas com dificuldade para arremessar.

CICLISMO DE ESTRADA E PISTA
Denise Schindlet, Alemanha, Ciclismo, Paralimpíadas (Foto: Agência Reuters)Denise Schindlet, da Alemanha, compete com ajuda
de prótese no ciclismo (Foto: Agência Reuters)
Quanto menor o número, maior a limitação do competidor.
· B: atletas com deficiência visual que competem no tandem (bicicleta com dois assentos) com um ciclista sem deficiência no banco da frente.
· H1–H4: atletas paraplégicos que utilizam a handbike (bicicleta especial em que o impulso é dado com as mãos).
·T1–T2: atletas com deficiência que tenham o equilíbrio afetado e precisem competir usando um triciclo.
· C1–C5: atletas com deficiência que afeta pernas, braços e/ou tronco, mas que competem usando uma bicicleta padrão.
ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS
São elegíveis atletas com deficiência física que afeta o movimento de pelo menos uma perna ou pé. Há duas classes nas Paralimpíadas.

· Categoria A: atletas com bom controle do tronco, em que o braço que porta a arma não é afetado pela deficiência.
· Categoria B: atletas com deficiência que afeta o controle do tronco ou do braço que porta a arma.
Foto Futebol de Cinco para home (Foto: Divulgação / CPB)Apenas cegos totais são elegíveis nos Jogos
Paralímpicos (Foto: Divulgação / CPB)
FUTEBOL DE CINCO
Nas Paralimpíadas são elegíveis apenas os cegos totais (B1). Se encaixam neste quesito atletas sem qualquer percepção luminosa ou com alguma percepção luminosa, mas incapazes de reconhecer formas a qualquer distância ou em qualquer direção.
FUTEBOL DE SETE
Cada time tem sete titulares, distribuídos em classes de 5 a 8. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos).
· C5: atletas cuja deficiência causa a maior desvantagem na locomoção no campo (geralmente jogam como goleiros).
· C6: atletas cuja deficiência tem impacto no controle e coordenação dos braços, especialmente durante a corrida.
· C7: atletas cuja deficiência afeta um braço e uma perna do mesmo lado do corpo.
· C8: atletas cuja deficiência causa danos menores, como contrações musculares involuntárias.

GOALBALL

Todos os atletas usam vendas para que haja igualdade de condições.

· B1 – cego total: nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos ou percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer formatos a qualquer distância ou em qualquer direção.
· B2 – atletas com percepção de vultos.
· B3 – atletas que conseguem definir imagens.
Diego Romario na partida de goalball do Brasil nas paralimpíadas (Foto: EFE)Seleção brasileira masculina de goalball: atletas usam vendas para que haja igualdade (Foto: EFE)


HALTEROFILISMO
A classificação para a modalidade é feita unicamente através do peso. Portanto, atletas com diferentes deficiências competem juntos pela mesma medalha. São elegíveis atletas com deficiências que afetem o movimento das pernas e quadris, assim como anões.
HIPISMO
Quanto menor o número, maior o comprometimento físico do atleta.
· Classe I (dividida em Ia e Ib): competem predominantemente cadeirantes com pouco equilíbrio do tronco e/ou debilitação de funções em todos os quatro membros ou nenhum equilíbrio do tronco e bom funcionamento dos membros superiores.
· Classe II: cadeirantes, pessoas com severa debilitação envolvendo o tronco ou com severa debilitação unilateral.
· Classe III: atletas capazes de caminhar sem suporte, com moderada debilitação unilateral, além de atletas que com total perda de visão em ambos olhos.
· Classe IV: debilitação de um ou mais membros ou algum grau de deficiência visual.

JUDÔ
paralimpíadas judô Karla Ferreira e  Xiaoli Huang (Foto: Getty Images)Brasileira Karla Ferreira em luta contra Xiaoli Huang
nas Paralimpíadas (Foto: Getty Images)
Competem apenas deficientes visuais. Cegos totais têm um círculo vermelho costurado na manga do quimono. Atletas que também são surdos têm um círculo azul costurado nas costas do quimono.

· B1 – cego total: nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos ou percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer formatos a qualquer distância ou direção.
· B2 – atletas com percepção de vultos.
· B3 – atletas que conseguem definir imagens.

NATAÇÃO
A letra “S” antes da classe representa provas de estilo livre, costas e borboleta. As letras “SB” refere-se ao nado peito, enquanto “SM” indica eventos medley individuais. Como o nado peito exige maior impulsão com a perna, é comum que o atleta esteja em uma classe diferente neste estilo em relação aos outros. O mesmo acontecer com as provas medley. Quanto menor o número, maior a deficiência.
· 1–10: atletas com deficiências físicas.
· 11–13: atletas com deficiências visuais. Os da classe 11 tem pouca ou nenhuma visão.
· 14: atletas com deficiências intelectuais
Daniel Dias natação paralimpíadas (Foto: AP)
Daniel Dias compete na classe S5 na maioria das provas. No peito, nada na classe SB4 (Foto: AP)

REMO
· AS: atletas que podem usar apenas braços e ombros para impulsionar o barco, que tenham paralisia cerebral, prejuízo neurológico e/ou perda de função motora.
· TA: atletas que podem usar braços, ombros e tronco para impulsionar o barco. Podem ter amputações nos membros inferiores que impossibilitem a utilização do acento deslizante, paralisia cerebral ou prejuízo neurológico. Nesta categoria, o barco deve ser misto, com um homem e uma mulher formando o time.
· LTA: atletas com alguma deficiência para remar, mas que possam utilizar pernas, tronco e braços para impulsionar o barco. São elegíveis atletas com cegueira (10% de visão) utilizando venda, amputação, paralisia cerebral, prejuízo neurológico ou intelectual. O barco deve ser composto por quatro tripulantes, com no máximo dois deficientes visuais.

RÚGBI EM CADEIRA DE RODAS
Todos os atletas são tetraplégicos. Cada um recebe uma pontuação de acordo com sua habilidade funcional, de 0.5 a 3.5, aumentando 0.5 a cada classe. Quanto maior o número, menor o comprometimento pela deficiência. Os quatro titulares não podem somar juntos mais do que oito pontos. A cada mulher em quadra, o limite de pontuação é ampliado em 0.5 pontos.

TÊNIS DE MESA
paralimpíadas tênis de mesa Natalia Partyka (Foto: Reuters) 
Natalia Partyka compete na TT10 (Foto: Reuters)
Há 11 classes no tênis de mesa. Quanto maior o número, menor o comprometimento físico-motor.

· TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes
· TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes
· TT11 - atletas andantes com deficiência intelectual


TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS
· Classe aberta: atletas com deficiência para se locomover (medula ou amputação), mas sem comprometimento de braços e mãos.
· Classe “quad”: atletas com deficiências que afetem, além das pernas, o movimento dos braços, dificultando o domínio da raquete e da movimentação da cadeira de rodas. Nesta classe, homens e mulheres podem competir juntos.
TIRO
· SH1: atletas que conseguem suportar o peso da arma. Podem usar rifle ou pistola.
· SH2: atletas que necessitam de suporte para apoiar a arma. Podem usar apenas o rifle.
TIRO COM ARCO
· ST: arqueiros sem deficiência nos braços, com algum grau de comprometimento da força muscular, coordenação ou mobilidade das pernas. Podem competir de pé ou sentados em cadeira normal.
· W1: atletas que possuem tetraplegia, com deficiência nos braços e pernas e alcance limitado dos movimentos. Competem em cadeira de rodas.
· W2: arqueiros com paraplegia e mobilidade articular limitada nos membros inferiores. Competem em cadeira de rodas.
tiro com arco chuva Paralimpíadas (Foto: Getty Images)
Atletas competem nas cadeiras de roda debaixo de chuva (Foto: Getty Images)
VELA
· Barco da classe Sonar - três pessoas: atletas recebem pontos de 1 a 7 de acordo com o impacto da deficiência nas funções no barco. Quanto menor o número, maior o impacto na habilidade de condução. O total dos três atletas não pode ultrapassar os 14 pontos.
· Barco da classe SKUD-18 - duas pessoas: para dois tripulantes paraplégicos, sendo obrigatoriamente um tripulante feminino. Os dois devem ter diferentes graus de deficiência.
· Barco da classe 2.4mR – uma pessoa: velejadores com deficiência mínima, equivalente a sete pontos da classe Sonar.
VÔLEI SENTADO
Podem participar amputados, atletas com paralisia cerebral, lesão na coluna vertebral e alguma deficiência locomotora. Entre estes, há divisão apenas entre atletas deficientes (D) e minimamente deficientes (MD), que são, em geral ex-jogadores do vôlei convencional que sofreram lesões sérias nos joelhos e/ou tornozelos. Cada equipe pode contar com no máximo um atleta MD em quadra por vez.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/paralimpiadas/noticia/2012/08/entenda-os-criterios-de-classificacao-funcional-nas-paralimpiadas-londrinas.html

Cerca de 10 mil correm risco de ter contraído vírus mortal nos EUA

Cerca de 10 mil correm risco de ter contraído vírus mortal nos EUA
DA EFE, EM LOS ANGELES

Cerca de dez mil pessoas que se alojaram recentemente em cabanas do Parque Nacional de Yosemite correm risco de ter contraído um vírus mortal, informaram nesta sexta-feira os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
"As pessoas que se hospedaram nas Signature Tent Cabins (no acampamento Curry Village) entre os dias 10 de junho e 24 de agosto poderiam estar em risco de desenvolver o hantavírus nas próximas seis semanas", explicou o CDC em comunicado.
Nas últimas horas foram detectados pelo menos mais dois casos da doença que até agora provocou a morte de duas pessoas, elevando assim o número confirmado de infectados para seis, segundo as autoridades.
Outros supostos casos estão sendo atualmente investigados.
O CDC pediu a qualquer pessoa nessa situação para fazer exames médicos em caso de experimentar algum sintoma associado à síndrome pulmonar por hantavírus (HPS, na sigla em inglês), uma infecção pouco frequente, mas que pode chegar a ser fatal, sendo disseminada por ratos.
Os sintomas são fadiga, febre, dores musculares - especialmente em coxas, quadris e costas -, dor de cabeça, calafrios, enjoos, náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais e dificuldades para respirar.
Os roedores expulsam o vírus através da urina, dos excrementos e da saliva. Segundo a portal Medline Plus, pequenas gotas com o vírus podem flutuar no ar e os humanos podem contrair a doença se respiram esse ar infectado ou entram em contato com os roedores ou seus excrementos.
O portal acrescenta que a doença não é transmitida entre humanos.
Estima-se que a maioria das vítimas contraiu o vírus enquanto permaneceu em uma das 91 cabanas de Curry Village, que posteriormente foram fechadas ao público. No entanto, uma das vítimas pode tê-lo contraído em outra área do Parque.
Embora não exista cura contra o hantavírus, o tratamento após uma pronta detecção pode salvar vidas.
"Quanto antes se detectar e antes se receber o tratamento, maiores são as possibilidades de sobrevivência", disse a médica Vicki Kramer, do Departamento de Saúde Pública americano.
Em 2011, metade dos casos detectados de hantavírus nos EUA acabou em óbito. Desde 1993, quando o vírus foi identificado, a média de mortes em casos detectados é de 36%, segundo o CDC.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1147216-cerca-de-10-mil-correm-risco-de-ter-contraido-virus-mortal-nos-eua.shtml

2/9 - Dia do Repórter Fotográfico

sábado, 1 de setembro de 2012

1/9 - Centenário do Corinthians ~ 1910/2010

101 Anos e Agora o
 Único Campeão Invicto do Novo Milênio!!!
 
Se é para fazer, tem que ser bem feito!
 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Dawkins fala à Playboy sobre seu combate ao dogmatismo religioso

 

Richard Dawkins
"Não há conexão lógica entre ateísmo e o acontecimento de coisas ruins,
nem de coisas boas, aliás. O ateísmo é apenas uma crença filosófica sobre
a falta de uma inteligência criativa no mundo. Qualquer um que pense que
você precise de uma religião para ser bom está sendo bom por motivo
errado. Eu prefiro ser bom por razões morais"
por Chip Rowe, da Playboy
tradução de Israel Vieira Pereira

Richard Dawkins [foto], o santo patrono dos descrentes, causou furor no início do ano durante um debate com o Arcebispo da Cantuária, que apontou que seu oponente era alguém normalmente descrito como o ateu mais famoso do mundo. “Não por mim”, respondeu Dawkins antes de prover sua costumeira explicação – um ser supremo é possível apesar de bastante improvável –, o que levou um jornal londrino a proclamar que o cético mais notório do planeta estava se rendendo. Longe disso. Dawkins, com 71 anos de idade, continua sendo um irreprimível e afiado crítico do dogmatismo religioso. Como qualquer cientista que desafia a Bíblia e sua versão poética da criação, ele passa boa parte do tempo defendendo a teoria darwiniana de que toda vida, incluindo a humana, evoluiu através dos anos a partir da seleção natural, algo muito diferente do que simplesmente ser moldado a uma dezena de milhares de anos atrás por uma mão inteligente, apesar de invisível.

Dawkins, que se aposentou na Universidade Oxford em 2008, após 13 anos como professor de compreensão pública da ciência (significando que ele dava aulas e escrevia livros), caiu nas graças do público em 1976, quando tinha 35 anos, com a publicação de “O Gene Egoísta”. O livro, que vendeu mais de um milhão de cópias, persuade o leitor de que a evolução acontece em nível genético; indivíduos morrem, mas os genes mais adequados sobrevivem. Desde então, Dawkins escreveu mais 10 best-sellers, incluindo os recentes “A Magia da Realidade: Como Nós Sabemos O que É Verdadeiro”. Após o onze de Setembro ele se tornou ainda mais sincero acerca de seu ceticismo, culminando em “Deus, um Delírio”, que dá sustentação para seus contínuos debates com religiosos. Publicado em 2006, o livro se tornou o mais popular de Dawkins, disponível em 31 línguas com 2 milhões de cópias vendidas. No mesmo ano ele fundou a Richard Dawkins Foundation for Reason and Science “para apoiar a educação científica, pensamento crítico e a compreensão evidenciada de um mundo natural, buscando superar o fundamentalismo religioso, a superstição, a intolerância e o sofrimento”. Seus livros o fizeram um congressista bastante popular e um campeão do pensamento crítico. Em março, ele palestrou para 20.000 pessoas no Reason Rally na Praça Nacional em Washington, D.C; na semana seguinte ele esteve no Forte Bragg, na Carolina do Norte, encorajando o primeiro encontro de soldados ateístas e agnósticos jamais permitido antes numa base militar americana.

Dawkins vive em Oxford com sua terceira esposa, Lalla Ward, conhecida pelo papel de Romana em Doctor Who. Mas ele raramente fica em casa por muito tempo, e o editor colaborador Chip Rowe teve de viajar por três cidades para completar esta conversa. Ele afirma: “Dawkins é um orador cuidadoso, de pavio curto diante bobagens (que nos cercam, especialmente entre os jornalistas ocasionais ou crentes), mas ele muda de postura e seus olhos brilham quando lhe pergunto sobre princípios evolutivos. Nos encontramos pela primeira vez em Las Vegas numa convenção para céticos. Conversamos novamente quando ele visitou Nova Iorque para uma palestra na Cooper Union e em Washington, quando ele palestrou na universidade de Howard; conversou com o diretor de sua fundação; agradeceu aos voluntários; e visitou a impressionante exibição da origem humana no Museu Nacional de História Natural. Durante o passeio com o curador da exibição, Dawkins parecia incomodado toda vez que era compelido a conversar, encarando furtivamente um glóbulo ocular fossilizado em cada direção, incluindo os dispostos numa parede de caveiras progressivamente modernas. Em certo ponto, duas moças se aproximaram. “Esse é o Richard Dawkins!”, comentou uma delas para a amiga, arregalando os olhos. Imagino que tenha sido algo como se encontrar com o Bono no Rock and Roll Hall of Fame.

"Se existisse um deus, eu perguntaria:
'Senhor, por que você foi para
tão longe para se esconder?'"

Playboy: O que significa esse A em seu colar?

Dawkins: Significa “ateísta”.

Como uma letra escarlate?

A função não é refletir isso. É parte de uma das campanhas da minha fundação. Isto significa que as pessoas devem demonstrar no que acreditam e dar bons motivos para tal. É um pouco análogo aos gays saindo do armário.

Sendo que ateístas podem se casar uns com os outros.

Sim, verdade.

Há alguma palavra que descreva melhor o descrente do que ateu? Darwin preferia o termo agnóstico. Alguns sugerem humanista, naturalista, descrente...

Darwin escolheu agnóstico por razões táticas. Ele disse que o homem comum não estava preparado para o ateísmo. Há uma bela história que a comediante Julia Sweeney conta sobre sua própria jornada de devota ao catolicismo para o ateísmo. Quando ela finalmente decidiu que era ateia, mencionaram tal fato num jornal. Sua mãe lhe passou um telefonema histérico e disse algo como “Eu não me importo se você não acreditar em Deus, mas ateia?” (Risos) O termo “iluminado” foi sugerido por um casal da Califórnia. Eu acho que é um ótimo termo, apesar de a maioria dos meus amigos ateus acharem que o isso sugere que religiosos não sejam tão brilhantes. Eu digo pra eles: “E qual o problema nisso?” (Risos)

Você se descreve como um agnóstico “fada do dente”. O que isso significa?

Um amigo meu prefere usar esse termo do que dizer ser ateu, querendo demonstrar que não se pode comprovar a não-existência de Deus, apesar de ele ser algo como a “fada do dente”.

Então você não nega completamente a possibilidade de um ser supremo. Críticos veem isso como uma brecha.

Você pode pensar o mesmo se achar que há, também, uma brecha para comprovar a existência da fada do dente.

Parece-me um argumento de Bertrand Russell, que disse que enquanto podia afirmar que um bule orbitava pelo sol, entre a Terra e Marte, ele jamais esperaria que alguém acreditasse nele só por não poderem provar tal fato.

É a mesma ideia. É um pouco injusto dizer que é como a fada do dente. Eu acho que a ideia de um deus em particular, como Zeus ou Jeová, é tão improvável quanto a da fada, mas a probabilidade da existência de alguma inteligência criativa não é tão ridícula.

Então você não partilha da filosofia de Pascal. Ele era um filósofo do século 17 que dizia ser mais interessante acreditar em Deus, pois se não acreditar e estiver errado...

O preço da falha é bem alto. Mas e se você escolhesse o deus errado para louvar? E se você chegasse lá e em vez de Jeová encontrasse Baal? (Risos) E mesmo se escolhesse o deus certo, por que ele tem essa obsessão por adoração? E mais, qualquer deus minimamente decente perceberá qualquer traço de fingimento. As chances de existir algo assim são baixas, mas não importa, pois as recompensas são bem altas. Ao crer, você também pode estar desperdiçando sua vida. Você vai para a igreja todo domingo, paga promessa, se veste mal. Você tem uma vida horrorosa, e quando morre fica por isso aí.

Suponhamos que um deus exista e que você tenha a chance de lhe fazer uma pergunta. Qual seria?

Eu perguntaria: “Senhor, por que você foi para tão longe para se esconder?”.

Você tem amigos fervorosamente religiosos?

Não. Não que eu os evite; é que os círculos em que me encaixo são compostos por gente educada, inteligente, e não há pessoas religiosas entre tais grupos que eu conheça. Tenho amizade com alguns bispos e vicários que acreditam em algo e gostam de música e vidraçarias.

Albert Einstein e Stephen Hawking referenciam Deus em seus escritos. Eles usam tal palavra no sentido de um criador inteligente?

Certamente que não. Eles usam a palavra deus num sentido poético, metafórico. Einstein particularmente amava usar a palavra para conciliar a ideia de mistério, o que acho que cientistas decentes fazem. Mas hoje em dia nós aprendemos que é melhor usar outras palavras para não haver mal-entendidos, como foi no caso de Einstein. E o pobre coitado foi bem claro. “Eu não acredito em um deus pessoal”, repetiu ele várias e várias vezes. De algum modo, ele causou a própria confusão. Hawking a usa de um modo similar em “Uma Breve História do Tempo”. Na famosa última frase de seu trabalho ele diz que se entendêssemos o universo, “então saberíamos como funciona a mente de Deus”. Mais uma vez, ele está usando o deus Einsteniano, não no sentido religioso. Então, em “O Grande Projeto”, quando Hawking diz que o universo poderia ter se originado do nada, ele não está dando as costas para Deus; suas crenças ainda são as mesmas.

Você se diverte bastante desconstruindo a ideia de um criador inteligente. Você afirma que Deus fez o leopardo rápido suficiente para pegar uma gazela e a gazela rápida o suficiente para fugir do leopardo...

Sim. Deus é sádico?

...além do péssimo projeto de nos fazer comer e respirar através do mesmo mecanismo, tornando fácil engasgar e morrer.

Ou o nervo laríngeo, que passa por uma artéria no peito e então retorna à laringe.

Não é muito eficiente.

Nem numa girafa o seria.

Você afirma que cristãos veneram um “Deus criado”. Alguns respondem que Deus não foi criado; ele é eterno.

Poderíamos dizer o mesmo sobre o universo. Poderíamos dizer que os elefantes suportam o mundo em suas costas. E sempre houve elefantes. Respondo isso.

Os ataques do Onze de Setembro pareceram fazer você ainda mais militante no que tange seu ateísmo, como se a sua paciência houvesse finalmente estourado.

Teve um pouco disso. Muitas pessoas no mundo sentiram que deviam se erguer contra a ameaça e fazerem parte da luta. Qualquer sugestão de anti-americanismo em minha mente desapareceu. Ich bin ein Amerikaner (Nota do Tradutor: “Eu sou um americano”, em alemão). Então, George W. Bush destruiu isso. Foi um momento anti-islâmico e também antirreligioso para mim, pois eu estava nauseado quando a resposta de “Allahu Akbar” foi “Deus é conosco” ou qualquer outro ditado cristão – soou como se os líderes católicos americanos se unissem para apoiar a força que foi a origem da crise.

Você culpa o conceito de vida após a morte pelo Onze de Setembro?.

Sim. Normalmente, quando um avião é sequestrado, assume-se que os sequestradores querem tirar umas férias. O jogo muda se os sequestradores esperam que tais férias cheguem após a morte, pois é assim que conseguirão o melhor do paraíso.

Você fala da parte das 72 virgens em que o Corão afirma que esperam os mártires.

Sim. Jovens feios demais para conseguir uma mulher no mundo real buscam as que estão no paraíso. Mas o que quero dizer é que essas pessoas realmente acreditam no que elas dizem acreditar, algo que nem sempre acontece com o cristão. Nenhum cristão se anima ante a morte.

O que vai acontecer quando você morrer?

Bem, devo ser enterrado ou cremado.

Engraçadinho. Mas sem a parte da vida após a morte, como você se conforta na hora do desespero?

Com amor e compaixão humanos. Mas quando reflito mais, em momentos em que me concentro – conforto não é bem a palavra certa, mas eu consigo forças quando reflito no privilégio que é estar vivo e no privilégio que é ter um cérebro capaz de entender, limitadamente, o motivo da minha existência, a beleza deste mundo e a beleza do processo evolutivo. A magnificência do universo e a sensação de fragilidade que o espaço e este tempo profundamente geológico dão nos atordoa, mas de um jeito estranhamente reconfortante. É bom saber que você é parte de um cenário tão grande.

Você se preocupa com uma futura tentativa dos seus oponentes de falsificarem uma conversão à beira da morte, como os criacionistas tentaram com Darwin?

Algo um pouco mais preocupante é o efeito Antony Flew. Flew foi um filósofo ateu britânico que se converteu quando idoso. Ele ficou gagá. Daí é inevitável.

Então, se você se converter é por ter enlouquecido?

Sim. Depois que meu amigo Cristopher Hitchens foi diagnosticado com câncer, perguntaram-lhe se haveria uma conversão. Ele disse que se houvesse não lhe seria verdadeiro. O que é bastante assustador é quando religiosos costumam explorar isso, como fizeram no caso de Flew, que numa idade avançada foi persuadido a colocar seu nome num livro dizendo que se convertera a alguma forma de crença. Ele não apenas não escreveu no livro como também não o leu. (Risos).

Sua convocação para o militantismo ateu é um dos motivos pelo qual você aparece como um personagem em South Park. Os criadores do desenho, Trey Parker e Matt Stone, foram acusados de serem ateus, então pensaram quem seria o maior militante ateu possível.

É o único episódio de South Park que já vi. Houve a tentativa de fazer algo satirizando a ideia de um futuro utópico, onde diferentes seitas ateístas lutam umas com as outras. Mas as minhas funções durante o episódio eram ridículas na maior parte do tempo, como a sodomização de um travesti careca...

Transexual, na verdade.

Transexual, que seja. Isso não é sátira por que não tem nada a ver com aquilo que sou. E a parte escatológica, onde tinha alguém atirando cocô, que acertava minha nuca – isso nem foi engraçado. Eu não entendo por que eles não puderam ir direto pra parte da luta entre grupos de ateus, algo que possui um pouco de verdadeiro. Isso me lembra um pouco a Frente Popular da Judeia e a Frente dos Povos da Judeia, no “A Vida de Brian” do Monty Python.

O presidente Obama mencionou os “descrentes” no seu discurso inaugural, causando espanto. Mas quando você pensa em crenças religiosas, um dos maiores grupos nos Estados Unidos é o de ateístas e agnósticos. Por que vocês são ignorados durante discussões políticas?

Eis uma boa afirmação. Claro, ela depende de como você faz as divisões. Cristãos são, de longe, o maior grupo. Se você dividir os cristãos em suas denominações, agnósticos e ateístas são o terceiro maior grupo, atrás dos católicos e batistas. Isso é interessante ao analisarmos pelo lado da falta de influência dos descrentes. Se contarmos o número de judeus, certamente observadores, obteremos um grupo ainda menor que o dos descrentes. Ainda assim, judeus possuem tremenda influência. Não crítico isso – palmas para eles. Mas poderíamos fazer o mesmo.

Você não espera paz entre Israel e a Palestina.

Não há muita esperança quando os protagonistas mais influentes fundamentam sua hostilidade em livros de dois mil anos de idade dos quais eles acreditam que lhes dá direito a terras.

O que você pensa de Jesus?

As evidências de sua existência são surpreendentemente precárias. Os primeiros livros do Novo Testamento foram as Epístolas, e não os Evangelhos. É quase como se São Paulo e os outros que escreveram as Epístolas não estivessem interessados na existência de Jesus. Mesmo se ele for ficcional, quem escreveu sua história estava muito à frente do tempo em relação à filosofia moral.

Você leu a Bíblia?

Eu não li tudo, mas meu conhecimento bíblico é bem maior do que o da maioria dos fundamentalistas cristãos.

Qual seu versículo predileto?

Meu livro favorito é o do Eclesiastes. É uma bela poesia enquanto escrita no Inglês do século 17, e me disseram que fica melhor ainda em hebreu. “Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade!”. A Canção das Canções é formidável, e é ainda mais engraçado em hebreu, algo como uma música para bêbados.

Você comentou que se Jesus existiu e caminhou para a morte como a Bíblia descreve, então tivemos um ato ‘puramente insano’, como descrito por você.

Não há evidência de que o próprio Jesus tenha sido puramente insano, mas a doutrina inventada posterior à morte dele por nossos pecados certamente o é. É puramente perturbador pensar que o criador do universo – capaz de inventar as leis da física e o processo evolutivo –, este possuidor de intelecto sobrenatural, não conseguiu pensar em um meio melhor de perdoar nossos pecados do que se torturar até a morte. E que terrível lição dizer que nós nascemos no pecado por causa do pecado original de Adão, um homem que até a Igreja Católica afirma não existir.

Escutamos constantemente que a América é uma nação católica e que seus pais fundadores foram todos cristãos.

Eles eram teístas. Não acreditavam em um deus particular, ou um que interferia em problemas humanos. E eles estavam cientes de que não queriam os Estados Unidos como uma nação cristã.

"Hitler não era ateu, ele era
católico romano. Mas eu não
ligo para o que ele era"

Mas você deve escutar bastante que se ateus possuíssem o controle acabariam sendo como Hitler e Stálin.

Hitler não era ateu, ele era católico romano. Mas eu não ligo para o que ele era. Não há conexão lógica entre ateísmo e o acontecimento de coisas ruins, nem de coisas boas, aliás. O ateísmo é apenas uma crença filosófica sobre a falta de uma inteligência criativa no mundo. Qualquer um que pense que você precisa de uma religião para ser bom está sendo bom por um motivo errado. Eu prefiro ser bom por razões morais. A moralidade surgiu antes da religião, e a moral muda independentemente da religiosidade. Até pessoas que confiam na Bíblia usam critérios morais não-bíblicos. Se seus critérios são escriturais, então você não tem motivo para escolher o versículo que diz para virar a outra face e não o que diz para apedrejar pessoas até a morte. Então você encontra sua moral sem a necessidade da Bíblia.

Você diz que a ciência está perdendo a guerra contra a religião.

Eu disse que estávamos perdendo? Eu devia estar num péssimo dia.

Surpreendia-lhe que a ciência ainda estava sendo desafiada.

Eu fico surpreso, mas eu não sei se estamos perdendo a batalha. Se você observar atentamente, houve evolução através dos séculos. Pessoas religiosas gostam de dizer que Isaac Newton era religioso. Oras, mas é claro que era – ele viveu antes de Darwin. É difícil ser ateu antes de Darwin.

Você teria sido o cara incapaz de acreditar em Zeus.

Eu me questionaria sobre os detalhes de Zeus atirando relâmpagos, mas eu provavelmente acreditaria em um ser sobrenatural. Quando se olha ao redor neste mundo vivo e se vê a complexidade de uma célula e a elegância de uma árvore – “Creio que jamais verei/ Um poema tão amável quanto uma árvore/ Poemas são feitos por tolos como eu/ mas para criar a árvore, somente Deus” – eu ficaria comovido por isso. Darwin mudou tudo. Ele cedeu uma simples, explicável, útil história sobre como você pode entender não só a complexidade da árvore como também a do ser humano através da funcionalidade física bastante especial que é o processo de evolução por seleção natural. Ah, se Newton vivesse o suficiente para ver isso.

O biólogo evolucionário Stephen Jay Gould via ciência como...

Non-overlapping magisteria (Magistérios não-interferentes), ou NOMA.

...completamente separáveis.

Isso é política pura. Gould estava tentando vencer batalhas no debate entre criação-evolução dizendo às pessoas religiosas “Você não deve se preocupar. A evolução é amigável aos religiosos”. E o único modo que pôde pensar em tranquilizar os religiosos foi dizer que as duas áreas se ocupam de temas diferentes. Mas ele generosamente cedeu os domínios da moral e das questões fundamentais à religião, o que é a última coisa que você deve fazer. Hoje, a ciência não – talvez nunca possa – responder a todas as questões sobre a existência e as origens das leis fundamentais da natureza. Mas o quê faz você pensar que a religião pode? Se a ciência não pode lhe responder, nada poderá.

Alguns cientistas dizem que você deveria parar de falar sobre o ateísmo porque isso atribula as águas no debate sobre a evolução.

Se você está tentando vencer a batalha tática nas escolas americanas, então é melhor mentir e dizer que a evolução é amiga da religião. Não desejo condenar pessoas que mentem por motivos táticos, mas eu não quero fazer isso. Para mim, isso é só mais uma briguinha dentro da grande guerra contra a irracionalidade.

Você diz que se a ciência e a religião são realmente inconciliáveis, então os católicos deveriam parar de acreditar em milagres.

Certamente. O milagre é uma péssima intervenção no jogo da ciência. A resposta dada por alguém ajoelhado e rezando sobre o motivo de acreditarem em deus sempre envolverá milagres, incluindo o da criação. Se você não permite isso à religião, então você acabou de destruir o motivo para todos serem religiosos.

Você se sente desencorajado pelos contínuos ataques contra a razão?

Não. Eu acesso muito a internet e leio o que os jovens andam escrevendo. Vejo um vertiginoso crescimento do bom-senso, da racionalidade, da irreverência. A América está dividida em duas metades. Há os idiotas descerebrados de Sarah Palin de um lado e um grande número de pessoas intelectuais, educadas e inteligentes do outro. Eu acho difícil acreditar que espécimes da Idade da Pedra acabarão vencendo no final. Uma horrível quantidade de gente que se diz religiosa simplesmente não conhece alternativas. Analisando suas crenças, descobre-se que são praticamente as mesmas –todos temos uma sensação de admiração e respeito perante a grandiosidade do universo.

Você é dos que pensam que a evolução da crença religiosa é um “produto acidental”.

Quando algo é disseminado entre uma espécie, você imagina que isso tenha algum valor para a sobrevivência. Não há valor de sobrevivência na religião em si – apesar de talvez haver – mas há o tipo de valor que se refere a predisposições psicológicas como obediência e autoridade. Esses valores são fortemente essenciais para crianças. Visto que elas são frágeis e não conhecem o mundo, confiam na sabedoria paterna. Mas não possuem meios de distinguir sabedoria boa para a sobrevivência da sabedoria puramente estúpida.

Seus pais lhe criaram na Igreja Anglicana.

Eu não desejaria o mal a meus pais ao dizer que me criaram religiosamente. Fui enviado às melhores escolas, e a maioria delas, na época, eram anglicanas. Eu tinha orações diárias e leituras da Bíblia. Uma me aceitou aos treze anos.

Quando você teve seu primeiro contato com a Origem das Espécies?

Dois anos depois.

E fez sua cabeça.

Sim. Uma ideia simplicíssima que explica as complexidades da cauda do pavão, do saltitar do antílope, da aceleração da pantera, do voar do beija-flor, do pensar do humano. São maquinários extremamente complicados, e ainda assim entendemos o porquê deles existirem.

Seus pais eram naturalistas que, como você diz, podiam identificar qualquer tipo de planta na Grã-Bretanha.

Meu pai lia sobre botânica em Oxford. Eu li sobre zoologia lá. Eu não era naturalista como ele, mas amava caminhar pelas florestas com alguém que as conhecia.

Ele te influenciou de alguma forma?

Curiosidade, curiosidade científica.

E a sua mãe?

Ela não tinha formação em ciências, mas tinha um conhecimento muito bom sobre plantas também. Era uma das coisas que os dois adoravam juntos, eu acho. Ela me educou, e aprendi muito com ela.

Você nasceu em Nairóbi. Por que seus pais estavam lá?

Por causa dos conhecimentos que possuíam sobre botânica, meu pai se juntou ao departamento agrário do Serviço Colonial Civil e foi enviado ao Leste da África, na região onde ficava a Niassalândia e hoje é Malawi. Então, ele foi convocado para a Artilharia Africana do Rei, um regimento britânico localizado em Nairóbi. Daí, se moveu ao norte do Quênia e minha mãe o seguiu. Ela acabou passando por algumas dificuldades. Visto que ela não estava legalmente no Quênia, teve alguns problemas para sair de lá. (Risos).

O que lembra daquele tempo?

Lembro muito da Niassalândia. Lembro dos aromas e paisagens e cores. Era uma existência privilegiada, cheia de servos. Era como se houvéssemos voltado cem anos no tempo: vivíamos numa estranha sociedade patriarcal.

Ao completar oito anos, você se mudou com os pais para a Inglaterra.

Meu pai herdou os bens dos Dawkins. Bens que estiveram na família desde 1723, nas mãos de um primo muito distante – tão distante que nunca ouvíramos falar dele. Esse primo desejava que uma fazenda sua continuasse nas mãos de um Dawkins, mas não havia filhos homens. Foi brilhante da parte dele escolher o meu pai por ele ter formação em agricultura, embora tropical, além de possuir o tipo de conhecimento empresarial capaz de transformar a herança em uma fazenda para trabalho.

O que ele cultivava?

Ele tinha gado Jersey, que, como sabemos, dá muito creme. Ele fornecia creme para todos os hotéis locais e colégios de Oxford. Também criava porcos. A área, hoje, não é tão grande. Um Dawkins excêntrico do século 19 vendeu grande parte das terras para pagar por processos, então parte das heranças da família desapareceu.

Você escreveu seu primeiro livro durante um apagão décadas depois de se mudar para a Inglaterra.

Em 1972 havia grande agitação industrial na Grã-Bretanha, e por dias inteiros não tínhamos energia. Eu não podia continuar minha pesquisa, então eu decidi começar a escrever “O Gene Egoísta”.

"Existe uma resposta educada
a quem pergunta por que
você não vai à igreja?"

Você é um grande fã da ficção científica. O que te atrai nela?

Eu prefiro o tipo de ficção científica que toma algum aspecto da ciência e o modifica. Conheço um romance adorável de Daniel Galouye chamado “O Universo Escuro”, que é sobre um grupo de pessoas que vivem em total escuridão e não conhecem a luz. Então a luz se torna um mito. Eles usam frases como “Luz toda poderosa” e fazem cerimônias quando sentem uma lâmpada sagrada. Galouye mudou apenas uma coisa – ele retirou a luz – e procurou por todas as consequências disso.

Algo oposto à criação de um mundo de fantasia.

Princesas cavalgando unicórnios não é ficção científica.

O assessor da Playboy recebeu esta questão de um leitor: “Sinto-me inconformado quando uma pessoa que acabo de conhecer me pergunta se vou a igreja, pois não vou. Existe algum modo educado para responder?”.

Eu diria, “Não, eu não vou à igreja. Você vai? Se sim, por quê?”.

Isto é o que você disse numa carta a sua filha quando ela tinha dez anos.

O que eu fiz, e sugeriria aos outros pais que imitassem, foi encorajar ela a pensar por si mesma. Para ilustrar melhor, eu falei isso na ocasião em que tive de falar sobre o Papai Noel: “Bem, vamos calcular quantas chaminés existem”. Quer dizer, seria divertido descobrir que ele teria de viajar mais rápido que a velocidade da luz para atender a todos.

E se a criança começar a chorar?

Oh, isso seria uma vergonha.

Ter um filho mudou suas visão de mundo de algum modo?

Creio que não, apesar de meu interesse pelas origens evolutivas de certos sentimentos subjetivos. Eu me tornei nitidamente mais nervoso acerca de coisas como alturas.

Você enxerga perigo em todo lugar.

Exatamente.

Você aconselhou a ela questionar “Quais as evidências?” no caso de alguém lhe apresentar qualquer argumento. Ela era popular entre os professores?

Não sei muito sobre ela, mas eu escutei histórias de terror sobre crianças que perguntavam coisas demais a professores de religião.

Todos os ateus que conhecemos na convenção de céticos em Las Vegas pareciam ter uma história sobre terem sido expulsos da catequese.

Sim, e isso é muito engraçado. O que um professor de catequese deveria dizer é “Vamos olhar as evidências”. Em vez disso, deixam as coisas de lado. E o motivo pelo qual eles não convencem é a falta de evidência.

Eles não convencem você também. Você pede que religiosos mudem a própria visão de mundo.

Eu quero que as pessoas mudem o modo que veem o mundo a ponto de exigirem evidências para acreditarem em algo. Não é bom acreditar em algo só por “todos acreditarem desde sempre”. Se você nascesse no Afeganistão ou na Índia, você acreditaria em qualquer outra coisa. Outro motivo gritante é que há diferença entre sentir que algo é verdadeiro e o pastor dizer que é verdadeiro.

Ken Miller, autor de “Encontrando o Deus de Darwin”, já criticou você dizendo que ateus e agnósticos são mais evangélicos do que pessoas religiosas. É isso que você sente dentro do ateísmo?

Você pode se apaixonar sobre a necessidade de se buscar evidências e ficar passionalmente irritado com pessoas que não o fazem. Isso não é algo evangélico; isso é raiva.

Apesar disso, você gosta do livro de Miller.

O livro pode ser a melhor refutação do criacionismo, apesar de fugir do tema quando tenta justificar o catolicismo. Um dos motivos pelos quais eu recomendo o livro não é por ele ser simplesmente bom, mas por ter sido escrito por um cristão. Infelizmente escrito por um católico, e muitas pessoas que citamos acham que católicos são piores que ateus. (Risos).

Em 2010, numa convenção em Londres, você protestou contra a visita do Papa Bento XVI ao país.

Esperávamos que 2.000 pessoas aparecessem, e 15.000 vieram.

Você pensa, assim como Cristopher Hitchens pensou, que o Papa deveria ser preso?

Hitchens me escreveu sugerindo que deveríamos tentar prendê-lo, mas desistimos da ideia de aparecer do nada e literalmente algemar um cidadão ou coisa parecida. Em vez disso, pedimos a um conhecido advogado de direitos humanos, Geoffrey Robertson, para falar sobre o caso jurídico contra o Papa por ele encobrir casos de pedofilia. Ele também analisou a imunidade do Papa contra processos por ele ser líder de um Estado, deixando em aberta a questão da noção do Vaticano como um legítimo Estado soberano. Também respondi ao Papa por sua truculência desnecessária durante seu pouso em Edimburgo. A primeira coisa que ele disse foi culpar o ateísmo por ter criado Hitler. Apesar de não culpar o Papa por ele ter sido um membro da Juventude Hitlerista, como foi o caso, eu me senti bastante injuriado. Se fosse ele, eu deixaria de mencionar Hitler.

Você se impressionou com algumas das placas vistas na convenção.

Duas das minhas favoritas foram “Mantenha seu rosário longe do meu ovário” e “tire as mãos dos meus ovos, Bento”. (Risos).

O papa pediu perdão pelos abusos sexuais praticados contra crianças na Igreja Católica. Isso é o suficiente?

Oh, grande coisa! Ele não entregou nenhum registro relevante à polícia. Ele pediu perdão relutantemente após ser pressionado a fazê-lo.

Você discursou em Dublin e disse, na ocasião, que o abuso sexual é menos danoso para uma criança do que o dano psicológico de torná-la católica. Quais foram as reações?

Fui ovacionado. Quero deixar claro de que não falava sobre qualquer espécie de violência sexual que descobrimos ser mais constantes que imaginávamos. Eu falava de carícias leves, o que por si só já é bastante ruim, mas fazer uma criança acreditar nas chamas do inferno é ainda pior.

"Não descendemos dos chimpanzés,
bonobos ou gorilas. Eles evoluíram
no mesmo ritmo que nós"

Vamos falar sobre evolução, que muitas pessoas não compreendem direito, alegando, por exemplo, que acreditamos descender dos macacos.

Nós somos primatas. Nós descendemos dos mesmos animais extintos que seriam classificados como primatas. Nós não descendemos dos modernos chimpanzés, bonobos ou gorilas. Eles evoluíram no mesmo ritmo que nós.

Então, o que nos faz humanos?

Somos uma espécie única de primata. Temos uma língua. Outros animais têm sistemas de comunicação que não chegam nem perto do nosso. Eles não têm a habilidade de comunicar condições complicadas, suposições e ações que não sejam no presente. Tudo isso é uma manifestação única de nosso cérebro símio desenvolvido, cujas evidências sugerem ter surgido após um número de mutações bastante limitado.

Peter Singer, que ajudou a fundar o GAP, sugere que os primatas merecem direitos básicos. Concorda?

Por que só os primatas? Por que não os porcos?

Mas os primatas são nossos primos.

E daí? Todos somos primos. E se as lulas, que são primos muito mais distantes, evoluíssem numa espécie inteligente equivalente à nossa?

Sim, mas eles não evoluíram.

Você pode basear sua moral através do parentesco se quiser, mas por que deveria? Eu prefiro pensar como Jeremy Bentham e basear minha moral na questão “Eles podem sofrer?”. Singer é um grande entusiasta da palavra especismo. Nós temos um ancestral comum nos chimpanzés que viveram a 6 milhões de anos atrás. Se você imaginar segurando a mão de sua mãe, que segura a mão de sua avó, que segura a mão de sua bisavó e assim por diante até o ancestral comum, a linha se estenderia por milhares de quilômetros. Com a outra mão, o ancestral comum segura a mão de sua filha dela, que segura a mão da sua mãe e assim por diante até chegar aos chimpanzés modernos. Se pensarmos no passado, todas as relações mãe-filha incluiriam membros da mesma espécie.

Então não houve primeiro humano.

Jamais. Mas suponha que uma espécie intermediária não houvesse se extinguido. Suponha que seus remanescentes tenham sido encontrados numa floresta africana. Para negar os direitos dos chimpanzés, você teria que criar cortes ao estilo Apartheid para decidir se tal indivíduo contaria como ser humano ou não. Afinal, isso é um contínuo. De uma maneira pratica, as raças intermediárias não sobreviveram, então é possível dar aos humanos direitos básicos e nada aos chimpanzés. Creio que este seja um argumento válido.

Você é contra o aborto?

Pessoas que alegam lutar contra o aborto em prol da vida na verdade lutam em prol da vida humana. Um embrião de quatro células ou um de sessenta e quatro, ou até um muito maior que isso não possui sistema nervoso. Você deve ter menos pena em matar uma criatura dessas do que matar uma minhoca, pois a minhoca tem um sistema nervoso e pode sofrer. Então ser contra o aborto de embriões humanos extremamente jovens é ridículo. Ser contra a morte de embriões mais velhos já não é tanto assim. Não há motivo para pensar que a capacidade deles de sofrer é maior do que a capacidade de sofrimento de um porco adulto ou de uma vaca.

O que veio primeiro – o cérebro desenvolvido ou o bipedismo?

O bipedismo veio primeiro.

E como sabemos disso?

Fósseis. Os fósseis o deixam bem claro. Três milhões de anos atrás, o Australopithecus afarensis era bípede, mas seus cérebros eram menores do que o de um chimpanzé. O melhor exemplo que temos é Lucy (um esqueleto parcialmente completo encontrado em 1974 na Etiópia). De algum modo, ela era um chimpanzé capaz de andar nas duas pernas.

Você gosta da Lucy?

Sim. (Sorrisos).

Você disse que a humanidade criará um livro genético dos mortos até 2050. Como isso seria útil?

Nosso corpo contém genes que sobreviveram através das gerações, então poderíamos, teoricamente, ler a história evolutiva de uma criatura qualquer. “Ah, sim, esse animal viveu no mar. E este é o tempo em que viveu nos desertos. Esse porquinho aqui mostra que deve ter vivido nas montanhas. E esse mostra que costumava escavar.”.

E isso poderia nos ajudar a ressuscitar um dinossauro? Você sugeriu cruzar um pássaro e um crocodilo, colocando o resultado disso dentro de um ovo de avestruz.

Seria algo mais sofisticado do que uma cruza. Teria de ser uma fusão.

Poderíamos recriar Lucy?

Nós já conhecemos o genoma humano e o genoma símio, então poderíamos tirar uma conclusão sofisticada sobre como o genoma do ancestral comum tenha sido. A partir disso poderíamos conseguir criar um animal próximo ao que seria o ancestral comum. Daí, você pode tirar a diferença entre o animal ancestral recriado e o humano moderno conseguindo, dessa forma, Lucy.

Você acusa os criacionistas de jogarem sujo.

Certamente o fazem.

É por esse motivo que você e outros biólogos evolucionistas não debatem com eles?

Em partes. O debate também dá a eles uma respeitabilidade desmerecida. Um colega meu gosta de responder a eles: “Isso engrandeceria muito seu currículo, mas não o meu”.

Qual argumento preferido dos criacionistas contra você?

Bobagens ignorantes. Eles dizem coisas como “Bem, se nós descendemos dos macacos, então por que ainda existem macacos?”. Não é tão difícil assim.

Falam muito que a evolução é “apenas uma teoria”. Estou certo?

A palavra “teoria” pode ter sentido de “hipótese”. Mas a palavra também é usada em um sentido mais sério, como “corpo de conhecimento”. É melhor usar a palavra “fato”. A evolução é um fato, no mesmo sentido que a terra gira em torno do Sol.

Há discordâncias quanto ao princípio básico da evolução.

A seleção natural é o princípio básico, mas há discordância sobre o que era a pressão seletiva. Por exemplo, sabemos que o cérebro humano cresceu. Foi por causa dos indivíduos mais perspicazes, melhores em achar comida ou evitar predadores? Ou foi por eles terem sido mais sexualmente atraentes? É possível que um cérebro maior seja semelhante à cauda do pavão. Darwin propôs uma segunda versão da seleção natural, chamada seleção sexual. Se a pavoa escolhe o pavão pelo brilho de suas penas, então esqueça a sobrevivência. Os com as maiores caudas sobrevivem menos, pois a cauda é um fardo. Ainda assim, se eles são mais atraentes para as fêmeas, então os genes que criam as grandes caudas podem morrer na próxima geração. É possível que o cérebro humano tenha crescido pela seleção sexual. A inteligência é sexy. Talvez os machos mais inteligentes tivessem o dom da lábia. Talvez conversassem muito bem, ótimos em lembrarem de sagas e mitos tribais, ou passos de dança.

Ou talvez ela gostasse de carne de antílope.

Algo nesse sentido. Se a pavoa escolhe o macho com a cauda maior, é por ela saber que ele não sobreviveria com uma cauda daquelas sem que algo lhe acontecesse. É a forma deles de mostrarem como são resistentes a intempéries. Há uma seleção dupla – fêmeas diagnosticam eximiamente, e os machos são ótimos de serem diagnosticados, mesmo que realmente doentes.

Qual o papel do acaso na evolução?

Mutação, a matéria-prima da seleção natural, é randômica no sentido de que não é sistematicamente direcionada à melhora. Mas a seleção natural é altamente não-randômica, pois é o sistema de escolhas de melhorias encontradas na gama de variações que a mutação apresenta. Quando um cometa atingiu a terra, todos os dinossauros se extinguiram com exceção dos pássaros. Alguns poucos mamíferos sobreviveram, e nós descendemos deles, talvez daqueles que estivessem em hibernação.

Você descreve a vida como uma “bomba reprodutiva”.

Se observarmos o universo, há mundos mortos atrás de mundos mortos. A física evolui e a química também, mas nada a mais acontece. Repentinamente, em um lugar qualquer, ocorre uma explosão nascida da reprodução. Por algum motivo, as leis da química fazem nascer uma molécula que se auto-reproduz. Talvez neste planeta esta seja a única vez que isso tenha acontecido. Mas o nascer de uma molécula através de algum acidente químico que se auto-reproduz traz consequências enormes.

Os criacionistas tentam te colocar numa saia justa, ao exemplo de uma equipe de filmes Australiana que lhe perguntou se “você poderia dar um exemplo de mutação genética ou um processo evolutivo que explique o aumento de informação no genoma?” e então, pelo seu silêncio, apontaram que você tinha ficado sem resposta.

A maneira pela qual acontecem esses aumentos é a duplicação genética. Você tem extensões de genoma que poderiam ser úteis, e aí uma cadeia é copiada e colada em algum outro lugar, onde está livre para evoluir num caminho diferente.

Por que você não respondeu?

Eu pensei, “vou ignorar esse pessoal?”. Esse é o tipo de pergunta que um criacionista faria, mas eles não tinham se apresentado como tal. O que eles fizeram foi associar a pergunta e a minha pausa para responder a uma suposta tentativa de evasão de minha parte. Foi uma atitude de mediocridade gritante.

A maioria das objeções contra a teoria da evolução se refere à complexidade. As pessoas não conseguem entender como um olho pode ter evoluído.

Não importa a complexidade do olho, isso não é tão complicado quanto um deus.

Criacionistas adoram citar que faltam fósseis de outras eras, como dos que precedem o período da explosão Cambriana, algo entre 530 milhões de anos atrás, quando houve um crescimento exponencial de formas de vida complexas. Poderia explicar?

Claro que há faltas; a fossilização é um evento raro. Mas se não possuíssemos um único fóssil, as evidências da evolução estariam absolutamente asseguradas pela anatomia comparativa, pela bioquímica comparativa e pela distribuição geográfica. Essas faltas de antes da explosão Cambriana são interessantes, pois elas são enormes. Mas, se refletirmos, há grandes grupos de animais não fossilizados. Por exemplo, hoje vimos no museu de história natural uma criatura quase microscópica chamada tardigrada. Eles não se fossilizam por serem macios. Presume-se que antes do período Cambriano, a maioria das criaturas tenham sido pequenas e macias.

E como sabemos que essas criaturas existiram se seus fósseis não existem?

Não é bem essa a pergunta, certo? Seus descendentes existiram no período Cambriano então, a não ser que realmente pensemos que eles foram criados em tal período, eles realmente existiram. Você pode dizer que isso não é evidência, eu digo que poderíamos dizer o mesmo de qualquer criatura macia que não possui fósseis. Como não sabemos que sua criação não ocorreu em 1800? Não faz sentido.

E que tal essa, outra favorita dos criacionistas: Se animais modernos como os macacos evoluíram de sapos, então por que não foram encontrados fósseis de uma criatura como um “macapo”?

O problema é pensar que animais modernos descenderam de outros animais modernos. Se levássemos isso a sério, então não deveria haver apenas fósseis de “macapos”, mas também de “crocopatos” e “polvacas”. Por qual razão acham que dá para pegar qualquer par de animais e procurar suas combinações? Imagine-se olhando para o topo de um galho de uma árvore. Os ancestrais estão enterrados no meio, no tronco da árvore. Não há “macapos” por que o ancestral comum do macaco e do sapo seria algum tipo de peixe ou salamandra totalmente diferente de um sapo ou de um macaco.

Criacionistas também adoram dizer que se uma das partes da cadeia evolutiva for removida e nada acontecer, então não há como haver evolução.

Uma boa analogia pode ser encontrada num arco, onde você vê pedras, pedras, pedras e elas acabam se encontrando no meio, erguidas, formando a estrutura. Tire uma das pedras e o arco cai. Você pode pensar que é difícil construir um arco até ter tudo corretamente no lugar, mas você não pensa no uso dos andaimes, retirados desde a finalização da construção. Isto responde tudo. Também podemos dizer que você não precisa de todas as partes do olho para ver. Você pode ter um olho cheio de imperfeições, mas ainda capaz de identificar luz e sombra. E isto ainda é útil se você puder distinguir as sombras de um predador. Logo, não é verdade quando dizem que meio olho é inútil. Meio olho é metade de um olho inteiro, e isso é melhor do que nada.


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Fonte: http://www.paulopes.com.br/2012/08/Entrevista-de-richard-dawkins-a-playboy.html