sexta-feira, 25 de novembro de 2016

MEC tira isenção de candidato que fizer Enem mais de 3 vezes e veta 'treineiros'

O candidato que prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mais de três vezes com isenção de taxa perderá o direito à gratuidade na quarta tentativa. Também não haverá mais certificação do ensino médio e não se aceitará a participação de “treineiros”. A medida faz parte de um pacote elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) para diminuir os custos da prova, que neste ano superaram os R$ 650 milhões.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pelo Enem, apura os motivos que levam candidatos a realizar o exame repetidas vezes – há relatos de pessoas que participam das provas por até 8 edições consecutivas. “Ainda estamos pesquisando quem são elas e qual a motivação para essa recorrência”, informou ao Estado a secretária executiva da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro. “Não faz sentido que façam sete vezes sem pagar. Vamos dar a oportunidade de isenção por até três edições.”
Em reunião nesta quinta-feira, 24, entre o Inep e o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), outras providências para tornar o Enem “mais sustentável” foram anunciadas. Por exemplo: a prova servirá apenas para acesso ao ensino superior, e não mais para que o candidato obtenha o certificado de conclusão do ensino médio. A decisão tem como base um índice muito baixo de sucesso: dos 990 mil inscritos para este fim, apenas 72 mil conseguiram o diploma – pouco mais de 7%.
Para atender a esse público, será reativado o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), suspenso há três anos. “É a melhor solução. As provas são repassadas sob sigilo aos Estados, que ficam responsáveis pela aplicação e certificação”, disse Maria Helena. 
O Enem também não aceitará mais a adesão de “treineiros”, candidatos que buscam conhecer a logística do exame antes de prestar “para valer” – normalmente estudantes secundaristas dos 1.º e 2.º anos. Só neste ano foram R$ 1 milhão de inscritos nesta categoria, incluídos no cálculo geral de custos (neste ano, R$ 74 por candidato).

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Hora do Enem. O Inep prepara, junto às Secretarias Estaduais de Educação, a aplicação de simulados específicos para esse público. “Dessa forma, os objetivos dos treineiros serão atendidos, sem que isso represente mais ônus ao ministério”, justificou a secretária. Ela não informou se vai manter o programa Hora do Enem, plataforma online de estudos e simulados lançada pela gestão anterior, mas já opinou que se trata de “um modelo muito caro”.
Debatido entre o ministério e um grupo de consultores, o pacote de alterações no Enem também busca diminuir o índice de abstenção, que neste ano chegou a 30% – o mais alto dos últimos sete anos. Segundo o MEC, 1,2 milhão de candidatos que obtiveram a isenção de taxa sequer abriram a notificação de local de prova. “É um pouco de falta de responsabilidade e cuidado com o dinheiro público, porque é o contribuinte, o povo brasileiro, quem paga a aplicação”, criticou Maria Helena.
Outra alteração em vista, mas que não trata especificamente de contenção de despesas, é o modelo de aplicação do Enem para estudantes sabatistas – aqueles que, por motivos religiosos, permanecem seis horas dentro de sala de aula à espera do início da prova, às 19 horas. “É um absurdo, uma tortura para esses estudantes”, disse o ministro Mendonça Filho em audiência pública na Câmara dos Deputados, na quarta-feira, 23. 

Ele afirmou que, para a edição deste ano, não haveria tempo hábil para mudar as regras. Mas afirmou que “fará esforço para eliminar essa condição de humilhação para 2017”
Fonte: 
http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,candidato-perdera-o-direito-a-isencao-se-fizer-o-enem-mais-de-3-vezes,10000090463

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Curso Preparatório para Olimpíada de Biologia

Desde 2005, a Associação Nacional de Biossegurança (ANBio) realiza a Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB). Pensando na preparação dos estudantes dos cursos Técnicos Integrados do Campus João Pessoa para a competição em 2017, será realizado um curso preparatório. Todos os alunos do 2º ao 4º ano do Ensino Técnico Integrado ao Médio, podem participar da OBB 2017.
No Campus João Pessoa, as atividades da OBB vem sendo desenvolvidas desde 2015, com "aulões" para tirar dúvidas de questões referentes às ciências biológicas. Neste ano, a equipe de servidores do Laboratório de Biologia irá ministrar aulas teóricas aprofundadas para os estudantes interessados em concorrer às olimpíadas em 2017.
Os interessados em participar do curso devem se matricular em um dos horários estabelecidos: das 09h às 11h ou 15h às 17h, no Laboratório de Biologia. As matrículas começam dia 27 e vão até o dia 30 de junho.
As aulas serão em módulos, sendo cada um será ministrado por um facilitador especialista na área. O curso preparatório é composto pelos seguintes módulos: Bioquímica, Citologia, Histologia e Embriologia, Genética, Evolução, Biotecnologia, Microbiologia, Zoologia, Botânica e Ecologia, que serão ministrados mensalmente, no horário oposto às aulas. Ao final de todos os módulos, os participantes com 75% de frequência receberão um certificado.
A OBB é realizada pela ANBio e conta com a parceria do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Ciência e Tecnologia, da Universidade federal do Rio de Janeiro, entre outras instituições. E tem como objetivos despertar e estimular o interesse pelas Ciências; proporcionar novos desafios aos estudantes; permitir que os estudantes descubram nas ciências e na educação a capacidade de crescimento intelectual, econômico e social.
 Fonte: 
https://www.ifpb.edu.br/joaopessoa/noticias/2016/06/campus-jp-tera-curso-preparatorio-para-olimpiada-brasileira-de-biologia-2017

O vírus que atinge milhões em todo o mundo e pode causar microcefalia em bebês - e não é o da zika




  • Citomegalovírus (CMV), que era tido como responsável pela maior parte dos casos de microcefalia e surdez no mundo e que volta a causar alertas da comunidade médica internacional
    Citomegalovírus (CMV), que era tido como responsável pela maior parte dos casos de microcefalia e surdez no mundo e que volta a causar alertas da comunidade médica internacional
Ele é pouco conhecido pelo público e foi ofuscado pelo vírus da zika: o citomegalovírus (CMV), que era tido como responsável pela maior parte dos casos de microcefalia e surdez no mundo e que volta a causar alertas da comunidade médica internacional.
"Enquanto todos se preocupam com os bebês infectados pelo vírus da zika, com razão, há outra infecção viral que causa milhares de más-formações congênitas nos Estados Unidos a cada ano", disse ao jornal The New York Times o médico Mark Schleiss, diretor de doenças infecciosas pediátricas da Escola de Medicina da Universidade de Minnesota.
"Não só nos Estados Unidos, mas também na Europa o CMV é a principal causa de más-formações congênitas", disse à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, o neuropediatra espanhol Alejandro Reyes Martín, professor da Universidade de Alcalá de Henares.
Não há dados precisos sobre o Brasil, mas só nos Estados Unidos - onde, segundo os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), mais da metade dos adultos até 40 anos foram infectados - entre 20 mil e 40 mil bebês nascem com CMV a cada ano. Pelo menos 20% deles, cerca de 8 mil, possuem ou desenvolvem problemas permanentes como microcefalia, surdez e deficiência intelectual.
Shutterstock
Também faltam números precisos sobre a prevalência do vírus no mundo, mas calcula-se que a incidência da infecção congênita por CMV fique entre 1% e 5% dos nascimentos, de acordo com um estudo feito em 2013 na Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul.
No Brasil, país com mais casos de microcefalia relacionada à zika, não há dados consolidados sobre a prevalência do vírus, já que a doença não é de notificação obrigatória, de acordo com o Ministério da Saúde. Isso significa que os profissionais de saúde não são obrigados a registrar os casos da doença que chegam até eles.
Segundo um estudo do hematologista Alfredo Mendrone Junior, do Hemocentro de São Paulo, pesquisas feitas na população brasileira de 15 a 45 anos revelaram a presença de anticorpos contra o CMV - que indica que houve infecção pela doença - em mais de 80% dos participantes no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Salvador e no Estado de Santa Catarina.
O CMV é considerado uma infecção sexualmente transmissível (IST) mas sequer aparece no site no Departamento de IST, Aids e hepatites virais do Ministério.
No entanto, médicos brasileiros apontam o vírus como o principal causador de alterações do sistema nervoso em bebês até a aparição do vírus da zika - e ainda uma fonte de preocupação.
"Sempre que vemos algumas alterações nas crianças, pensamos no CMV primeiro. Principalmente quando vemos calcificações (cicatrizes no cérebro) nas tomografias", disse à BBC
Brasil a infectologista Maria Ângela Rocha, do Hospital Universitário Osvaldo Cruz, em Pernambuco.
"É por isso que, quando os casos de zika apareceram, fizemos questão de investigar primeiro a possibilidade do CMV. E até hoje fazemos isso com todas as crianças."

'Devastador'

O CMV pertence à família dos vírus da herpes. Ele se propaga nos fluidos corporais como saliva, urina, lágrimas e leite materno e pode ser transmitido até pelo contato próximo com crianças pequenas infectadas para, por exemplo, trocar suas fraldas.
O vírus também é transmitido através do beijo e das relações sexuais. Uma vez que ele está no organismo, fica ali por toda a vida e pode ser reativado. O portador não ficará doente outra vez, mas pode passar a infecção adiante.
De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria das infecções por CMV não apresenta sintomas - pode parecer uma gripe leve. Sintomas mais graves geralmente aparecem em mulheres que têm o sistema imunológico fragilizado, por causa do vírus da Aids, por exemplo.
Mas os especialistas afirmam que o CMV pode ser "devastador para o feto", caso a infecção seja contraída no início da gravidez.
"Quanto mais cedo o vírus chega no feto, mais repercussões clínicas vão acontecer, ou até mesmo o aborto", diz Angela Rocha.
"Se a infecção acontece a partir do sétimo, oitavo mês, o bebê pode não ter microcefalia, mas ter outros sintomas síndrome congênita, como aumento no tamanho do fígado. Ele pode até parecer saudável ao nascer, mas ter déficit de atenção ou de aprendizado, alterações auditivas."
A descrição é semelhante ao que os médicos já sabem sobre a manifestação do vírus da zika nos bebês infectados ainda na barriga da mãe, mas Rocha esclarece que, no caso da zika, os efeitos no cérebro têm se mostrado mais imprevisíveis - e perigosos.
"As calcificações (cicatrizes) que o CMV deixa no cérebro das crianças são em locais específicos, ao redor dos ventrículos. Já com o Zika, elas aparecem de maneira mais anárquica em várias regiões do cérebro. Isso pode deixar mais sequelas", diz.

Prioridade na vacina?

Até agora não há uma vacina para prevenir a infecção pelo CMV.
Por isso, os especialistas internacionais e brasileiros dizem que são necessários mais programas de conscientização das mulheres grávidas sobre o vírus e seus efeitos, para evitar que a infecção se propague e minimizar os riscos de contágio do bebê.
O Ministério da Saúde recomenda "reforçar hábitos de higiene, usar preservativos e, mesmo que seja com familiares ou filhos menores, não compartilhar objetos de uso pessoal: seringas, agulhas, talheres, escovas de dente e materiais cortantes ou potencialmente cortantes".
Por causa do alto número de ocorrências nos EUA, Mark Schleiss, médico da Universidade de Minnesota, diz que "o CMV deve ser uma prioridade tão urgente quanto a zika".
"Há décadas se pede o desenvolvimento de uma vacina e ainda não a temos, em parte por causa da falta de consciência pública sobre o CMV", afirmou ao The New York Times.
Mas no Brasil, os médicos que estão na linha de frente da epidemia de microcefalia, como Ângela Rocha, discordam.
"Todas as vacinas são importantes, mas a contaminação e a disseminação dos arbovírus, como zika, dengue e chikungunya, é muito maior do que a de uma doença viral, como o CMV", afirma.
"Ainda nos preocupamos com o CMV, mas o efeito do Zika foi muito mais devastador, especialmente considerando a quantidade de casos e o pouco tempo em que eles ocorreram. Nós nunca tivemos uma epidemia de CMV como essa."
Fonte: 
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2016/11/23/o-virus-que-atinge-milhoes-em-todo-o-mundo-e-pode-causar-microcefalia-em-bebes---e-nao-e-o-zika.htm

"Robô psicólogo" encontra medos no cérebro e troca por memória positiva



  • Varredura da atividade cerebral mostrando padrões de atividade relacionados à memória do medo
    Varredura da atividade cerebral mostrando padrões de atividade relacionados à memória do medo
Medo de aranha, altura, multidão, lugares fechados... Para quem possui um desses traumas, estar na situação que causa medo ou lembrar o evento traumático é insuportável. Pesquisadores desenvolveram uma técnica de terapia em que uma espécie de "robô psicólogo" encontra a memória traumática em seu cérebro e troca o medo por uma experiência positiva. 
Você não precisa nem pensar no que causa medo durante as sessões. Ao fim delas, seu trauma não existe mais. 
Essa terapia, que parece tão futurista, já foi testada. Um grupo de cientistas dos EUA, Inglaterra e Japão usou a inteligência artificial de algoritmos de computador para descobrir onde memórias relacionadas a traumas se escondem no cérebro e trocá-las por memórias de recompensas positivas.
A equipe liderada por Ai Koizumi, da Universidade de Kyoto e Osaka, desenvolveu um método para ler e identificar uma memória de medo usando uma tecnologia que decodifica as respostas neurológicas --Decoded Neurofeedback. A técnica foi publicada na revista Nature Human Behavior e poderá ser aplicada no futuro no tratamento do transtorno de estresse pós-traumático.
No tratamento desenvolvido, uma varredura cerebral mostra na tela do computador padrões complexos de atividade do cérebro ligados a memórias traumáticas. Em sessões regulares, os pacientes recebem estímulos positivos toda vez que a memória negativa fosse ativada. Como tais memórias são ativadas de forma inconsciente pelo indivíduo, ele não precisaria rememorar o trauma, como ocorre normalmente em uma sessão de terapia convencional. 
Pouco a pouco, a experiência de medo é trocada pela memória da recompensa positiva. 
Getty Images

Esquecendo traumas

Em um experimento realizado pelos cientistas, uma memória do medo foi criada em 17 voluntários que levaram um choque elétrico breve toda vez que viram uma determinada imagem no computador. "O desafio, então, era encontrar uma maneira de reduzir ou remover a memória medo sem evocá-lo conscientemente", conta Ben Seymour, pesquisador da Universidade de Cambridge.
A equipe percebeu que mesmo quando os voluntários estavam simplesmente descansando, o padrão de atividade cerebral relacionado à memória específica do medo era ativado. Isso sem eles estarem conscientes dessa memória. Assim, decidiram dar aos indivíduos uma recompensa toda vez que essa atividade surgisse.
O presente escolhido foi uma pequena quantia em dinheiro. Ao receberem o "pagamento", os voluntários eram informados de que a recompensa financeira dependia da atividade cerebral. Mas eles não sabiam que atividade era essa. O procedimento foi repetido durante três dias, e ao fim da série, a memória do medo já não aparecia mais na varredura de atividade cerebral.
Os pesquisadores explicam que substituíram, de forma gradual e inconsciente, uma memória ruim pela da recompensa. Para Ai Koizumi, da Universidade de Kyoto e Osaka que liderou a pesquisa, "as características da memória, previamente ajustadas para prever o choque doloroso, agora estavam sendo reprogramadas para prever algo positivo no lugar".
"Surpreendentemente, [após o tratamento] não conseguíamos mais ver a resposta típica de medo, nem identificar atividade intensificada na amígdala [o centro de medo do cérebro]", explicou Koizumi.
Embora o tamanho da amostra neste estudo tenha sido relativamente pequeno, os resultados animam os cientistas para futuros tratamentos do trauma. 

Fonte:  http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2016/11/23/medo-de-aranha-robo-psicologo-acha-trauma-e-recomepensa-faz-ele-sumir.htm