sábado, 11 de maio de 2013

Escolha seu esporte preferido e mantenha a forma entre amigos

Atividades coletivas fortalecem os músculos de maneira descontraída
Por Minha Vida

Não seria bom se você pudesse se divertir ao mesmo tempo em que entra em forma? Pois saiba que é possível. Praticando esportes coletivos você emagrece, melhora a coordenação motora e ainda faz amigos.
Uma pesquisa da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostrou que jogar futebol é melhor do que correr. Pesquisadores acompanharam o desempenho de 100 mulheres saudáveis divididas em três grupos. O primeiro jogou futebol, o segundo correu e o terceiro não praticou nenhuma atividade. Depois de quatro meses, todas foram submetidas a exames. Em termos de saúde, boleiras e corredoras ficaram empatadas. Mas as mulheres que jogaram futebol tiveram maior fortalecimento muscular. A explicação? Enquanto as corredoras se exercitam pensando em emagrecer, as jogadoras o fazem pensando em se divertir e interagir com outras pessoas, o que é mais motivador.
Jogar futebol gasta, em média, 600 calorias por hora. Mas se essa não é a sua praia, há várias outras opções: handebol (600 calorias/hora), tênis (500 calorias/hora), basquete (400 calorias/hora), vôlei (300 calorias/hora), frescobol (400 calorias/hora) e futvôlei (600 calorias/hora).
"Esportes coletivos tendem a ser um pouco mais completos e divertidos do que uma corrida na esteira, por exemplo. Há trabalho cardiovascular e de musculaturas especificas", explica a técnica de futsal Paula Matsushita. Ela também explica que essas atividades ajudam a desenvolver a coordenação motora, até mesmo na idade adulta.
Mulheres que praticam futebol trabalham mais os membros inferiores. Quem opta pelo handebol, define peitoral, ombros, braços e pernas. Os agachamentos do vôlei ajudam a deixar o bumbum bem torneado, além de trabalhar braços e abdômen. O basquete exige equilíbrio e impulsão e põe para trabalhar músculos dos ombros, braços, pernas e bumbum.
Para evitar lesões, o ideal é conciliar a prática de esportes à musculação. "Um fortalecimento muscular é bem vindo para prevenir lesões articulares. Elas geralmente são acompanhadas de um preparo físico inadequado e por excesso de atividade", explica Paula. A técnica afirma que a maior parte dos erros acontece quando não houve um ensino adequado da modalidade.
Alongue-se antes e depois do exercício. O alongamento prévio, associado a um bom aquecimento, estica a fibra muscular ao tamanho máximo (como um elástico), prevenindo lesões. Durante o exercício, as fibras musculares se encurtam. Por isso também é importante alongar-se depois da atividade, para que as fibras voltem ao tamanho normal.

Aprenda a comer depois de fazer exercícios
Coração saudável e atividade física
Caminhada alivia a vontade de comer

Antes de qualquer atividade física, o aluno deve passar por uma avaliação e, a partir dos resultados, adequar o treino de acordo com suas características. Se for praticar atividades ao ar livre não se esqueça de manter-se sempre muito bem hidratado e passar um filtro solar potente.
E lembre-se: o barato pode sair caro. Invista em calçados específicos para a modalidade que for praticar. Tênis de má qualidade não amortecem o impacto e podem sobrecarregar as articulações do joelho, pé e tornozelo. Em casos graves, você pode acabar com músculos ou tendões inflamados ou até mesmo terminar com uma fratura por estresse, dependendo do impacto empregado

Fonte: http://minhavida.uol.com.br/conteudo/12809-Escolha-seu-esporte-preferido-e-mantenha-a-forma-entre-amigos.htm

Somos o que Comemos!

Para complementar a atividade Diário Calórico - SOMOS O QUE COMEMOS, desenvolvida pelas 3as. Séries.

O site abaixo traz uma CALCULADORA DE CALORIAS.
Onde você preenchendo com seus dados, tais como: altura, peso, idade, sexo e atividade física, calculará seu gasto calórico diário.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/dieta/calculadora-calorias.jhtm

Este próximo site informa de acordo com o tempo destinado as mais diversas atividades físicas, o valor calórico absorvido em cada uma delas.

Agora você poderá calcular com mais precisão o seu consumo calórico diário e em cada atividade física especificamente!!!

Boa atividade!
Saudações bíológicas!

Nível de gás carbônico no ar atinge marca histórica


DO GUARDIAN

Pela primeira vez na história humana, a concentração do dióxido de carbono na atmosfera passou a marca das 400 ppm (partes por milhão). A última vez que tanto gás-estufa estava no ar foi há muitos milhões de anos, quando o Ártico não era coberto de gelo, o Saara era coberto por savana e o nível do mar era até 40 metros mais elevado do que hoje.
A medição não significa que, instantaneamente, haverá mais problemas ou doenças relacionadas ao CO2. A questão tem todo um contexto simbólico.
Nas últimas décadas, os cientistas assinalaram que, para evitar um aquecimento excessivo da Terra, esse limite não deveria ser ultrapassado. O resultado de agora demonstra, em um certo sentido, que os esforços para controlar as emissões de carbono provocadas pelo homem estão falhando.
Editoria de Arte/Folhapress
Para Rajendra Pachauri, chefe do IPCC (painel do clima das Nações Unidas), atingir os 400 ppm é um marco "que nos lembra a rapidez com a qual aumentamos a concentração de gases-estufa na atmosfera".
"No começo da industrialização, a concentração de CO2 era de 280 ppm. A esperança é que cruzar esse marco vá trazer consciência da realidade científica da mudança climática e de como a humanidade deve lidar com esse desafio."
"É simbólico, é um ponto para parar e pensar sobre onde estamos para onde estamos indo", afirmou Ralph Keeling, que supervisiona as medições feitas em um vulcão no Havaí e que foram iniciadas pelo pai dele em 1958.
"É como fazer 50 anos: é um alerta para tudo o que está acontecendo na sua frente o tempo todo."
As estações de monitoramento no topo do vulcão Mauna Loa, no Havaí, são comandadas pelo US National Oceanic and Atmospheric Administration e pelo Instituto de Oceanografia Scripps.
Os dados divulgados nesta sexta (10) mostram que a média diária ultrapassou 400 ppm pela primeira vez nesse meio século de medições.
Os níveis de CO2 sofrem picos a cada ano sempre em maio.
Análises de ar fóssil, que fica preso no gelo, indicam que esse nível de gás carbônico não é visto na Terra a cerca de 3 milhões de anos, desde o Plioceno. Naquela época, a média global de temperaturas era de três a quatro graus mais alta do que hoje e oito graus mais elevada nos polos.
Os corais sofreram um processo grande de extinção, enquanto que as floresta cresceram perto do Ártico, onde hoje existe tundra.
"Acho que é possível que essas mudanças de ecossistema se revertam", afirmou Richard Norris, que trabalha com Keeling no instituto Scripps.
O clima terrestre leva tempo para se ajustar ao calor aprisionado pelos altos níveis de gases-estufa e pode levar centenas de anos até que as calotas polares derretam até terem o tamanho pequeno que tinham no Plioceno e até o nível do mar se elevar.
Mas a rapidez com a qual os níveis de gás carbônico estão subindo --talvez 75% mais rápido do que no período pré-industrial-- nunca havia sido vista em recordes geológicos e alguns efeitos da mudança climática já estão sendo vistos, com ondas de calor extremas e inundações mais prováveis de ocorrer. O recente verão úmido e frio na Europa foi ligado a mudanças nas correntes de ar de grande altitude, por sua vez ligados ao derretimento mais rápido do gelo no Ártico, que bateu sua marca mais baixa em setembro.
"Estamos criando um clima pré-histórico em que sociedades humanas enfrentarão riscos enormes e potencialmente catastróficos", disse Bob Ward, diretor do Instituto Grantham de Pesquisa de Mudança Climática, da Escola de Economia de Londres.
"A marca de 400 ppm é uma marca grave e deveria servir de alerta para todos nós apoiarmos tecnologias de energia limpa e reduzir as emissões dos gases-estufa antes que seja muito tarde para nossos filhos e netos", disse o cientista Tim Lueker.
NO BRASIL
O pesquisador Jefferson Simões, diretor do Centro Polar e Climático da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), diz que a marca de 400 ppm já era esperada e que, no atual nível de emissões, a tendência é que a curva não pare de subir.
"Na verdade, havia até uma espécie de aposta entre os observatórios para ver quem faria a primeira medição da média de 400 ppm", disse o pesquisador.
"O importante disso não é o número em si. Ele é mais uma comprovação de que estamos provocando alterações sérias no ambiente", diz ele.
Segundo o cientista, não costuma levar muito tempo para que as concentrações de dióxido de carbono se equilibrem em toda a Terra. Ou seja: em breve a concentração maior do gás deveser detectada nos outros observatórios, inclusive nos que são operados por pesquisadores brasileiros.
"Nós acompanhamos esses dados todos os dias na Antártida. E já percebemos esse aumento. Estamos muito próximos dos 400 ppm também."



sábado, 4 de maio de 2013

Gelo no Ártico derreteu em ritmo recorde em 2012, alerta ONU


O gelo do oceano Ártico derreteu em ritmo recorde em 2012, o nono ano mais quente desde o início dos registros, anunciou nesta quinta-feira (2) a OMM (Organização Meteorológica Mundial), uma agência da ONU.
No relatório sobre o ano de 2012, a OMM afirma que, em agosto e setembro do ano passado, as zonas geladas do Ártico cobriam apenas 3,4 milhões de quilômetros quadrados, 18% a menos que em 2007, quando havia sido registrado o recorde anterior.
Para o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, este é um "preocupante sinal da mudança climática".O ano de 2012 também registrou outros extremos, como secas e ciclones tropicais. A variabilidade natural do clima sempre resultou em extremos deste tipo, mas a mudança climática determina cada vez mais as características físicas dos acontecimentos meteorológicos e climáticos extremos", disse."Por exemplo, dado que os níveis globais do mar são atualmente 20 centímetros maiores que o que eram em 1880, tempestades como o furacão Sandy estão produzindo mais inundações costeiras", completou.
A OMM afirma que a temperatura global média de terras e superfícies marinhas é estimada 0,45°C acima da média do período que vai de 1961 a 1990, que é de 14 graus Celsius.Este foi o nono ano mais quente desde 1850, primeiro do qual se tem registro, e o 27º ano consecutivo no qual a temperatura de terras e superfícies marinhas supera a média de 1961-1990."A tendência continua de alta das concentrações atmosféricas de gases do efeito estufa confirma que o aquecimento prosseguirá", disse Jarraud.
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Veja os destaques de Meio Ambiente (2013)124 fotos

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Maio - 2012 foi o 9º ano mais quente de toda a história, alerta boletim da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês). Segundo o relatório sobre a situação climática global, o impacto da elevação de temperaturas fez o Nordeste do Brasil enfrentar a pior seca dos últimos 50 anos. No ano passado, a região sofreu, entre março e maio, um déficit de chuva de 300 milímetros, o que "afetou mais de 1.100 cidades, ameaçando a vida das populações locais e seus abastecimentos de alimento"Leia mais WMO
Planeta mais quente
Temperaturas superiores à média foram registradas em quase todo o planeta, particularmente na América do Norte, Europa meridional, Rússia ocidental, partes do norte da África e América do Sul meridional, destacou a OMM.
Paralelamente, foram registradas temperaturas inferiores à média no Alasca, em partes do Norte e Leste da Austrália e na Ásia Central.
As precipitações também mudaram, com condições mais secas que a média, no Nordeste do Brasil, em grande parte do centro dos Estados Unidos, no México setentrional, no centro da Rússia e no centro-sul da Austrália.
A umidade aumentou no Norte da Europa, no Oeste da África, no centro-norte da Argentina, no Oeste do Alasca e na maior parte do Norte da China.
Furacão Sandy
O furacão Sandy afetou primeiro o Caribe e depois a costa leste dos Estados Unidos no fim de outubro. Pelo menos 300 pessoas morreram na região e foram registradas perdas materiais de mais de US$ 75 bilhões apenas nos Estados Unidos.
A destruição provocada pelo Sandy levou a OMM a retirar este nome da lista rotativa de nomes de tempestades, informou a agência da ONU. "Sandy" será substituída por "Sara", depois que os meteorologistas decidiram que o uso futuro do nome poderia gerar tristeza.
"Sandy" é o 77º nome retirado da lista de tempestades tropicais do Atlântico, como já havia acontecido nos casos "Irene" (2011), Igor e Tomás (2010), Gustav e Paloma (2008) e Denis, Katrina, Rita e Wilma (2005).


Guepardo selvagem corre risco de desaparecer até 2030


O guepardo, animal terrestre mais rápido do mundo, sobreviveu às transformações do planeta durante quatro milhões de anos, mas em poucas décadas o homem o fez entrar na lista de espécies ameaçadas de extinção, ao reduzir seu espaço vital.

Este caçador, que pode alcançar os 120 km/h, está em perigo de desaparecer particularmente porque é o único grande felino com dificuldades para se adaptar à vida em um parque natural protegido, onde sofre com a concorrência de outros predadores.
No começo do século XX, a população mundial de guepardos era de 100.000 indivíduos, distribuídos entre África, Oriente Médio, Irã e vários países asiáticos.
Hoje restam apenas 10.000 em liberdade na África e uma centena no Irã.
"O principal obstáculo para a sobrevivência da espécie na natureza é a redução e a fragmentação de seu habitat, assim como os conflitos com o homem", explicou à AFP a doutora Laurie Marker, do CCF (Fundo de Proteção do Guepardo, na sigla em inglês) com sede na Namíbia, país africano que deu maior proteção ao animal.
Se não for tomada uma medida, os especialistas calculam que em 2030 o guepardo selvagem terá desaparecido.
Ao contrário de outras espécies ameaçadas, como elefantes e rinocerontes, o guepardo não é ameaçado por caçadores ilegais, mas está menos preparado para viver em um mundo onde os territórios selvagens diminuem ano após ano.
Como é o mais frágil dos predadores, ele perde sistematicamente os confrontos com leões ou leopardos, mais pesados e fortes. Na melhor das hipóteses, os outros felinos roubam sua presa antes que ele possa comê-la.
Com isso, este especialista em 'sprint', pesando cerca de 50 quilos, precisa de grandes espaços abertos com uma reduzida população de outros carnívoros.
Estima-se que na África 90% dos guepardos vivam fora das áreas naturais administradas pelo homem, o que os deixa à mercê de tiros dos fazendeiros, que usam armas de fogo para defender seu gado.
Outra desvantagem é a consaguinidade natural da espécie. Os cientistas acreditam que na última era glacial, há 10.000 anos, a população de guepardos foi reduzida a um punhado de indivíduos. A reprodução com parentes próximos levou a uma fertilidade muito frágil.
Em termos imediatos, a criação do animal permite preservar o patrimônio genético. Criadores particulares, especialmente na África do Sul, trocam animais e mantêm a população com boa saúde.
Pioneiro na reprodução em cativeiro, o centro Ann van Dyck, na região de Johannesburgo, conseguiu 800 nascimentos desde os anos 1970.
Mas para o futuro do felino, "nossas pesquisas e experiências demonstraram que os guepardos que não viveram ao menos 18 meses com sua mãe em um hábitat natural, têm muitas dificuldades para voltar à vida selvagem", destaca Marker.
Apesar de tudo, alguns criadores são otimistas. "Esperamos soltar em breve três guepardos em um ambiente totalmente selvagem com um mínimo de intervenção humana", destaca Damien Vergnaud, proprietário de uma reserva de 10.000 hectares na região da Cidade do Cabo.
Nesse espaço, os guepardos encontrarão suas presas, mas sem serem ameaçados por nenhum outro predador: um primeiro passo para seu retorno à natureza.

Tachado de louco, agricultor de SC 'revolucionou' plantio no Brasil


O agricultor Herbert Bartz em solo com palha, característica do sistema de plantio direto

Em 1945, meu pai foi convocado pelo exército alemão e enviado à Rússia. Foi capturado e feito prisioneiro. Com minha mãe e quatro irmãos, fomos morar em Dresden, com meus avós maternos.Nasci em Rio do Sul (SC), em 1937. Sou filho de alemães. Minha mãe era enfermeira, enviada ao país pela Cruz Vermelha. Meu pai, um imigrante que fugiu da crise de 1929.
Quando tinha um ano, fomos morar na Alemanha para minha mãe tratar uma doença no coração. A ideia era logo voltar ao Brasil. Mas, quando acabou o tratamento, a Segunda Guerra Mundial havia começado. Fomos impedidos de deixar o país.Nasci em Rio do Sul (SC), em 1937. Sou filho de alemães. Minha mãe era enfermeira, enviada ao país pela Cruz Vermelha. Meu pai, um imigrante que fugiu da crise de 1929.
Na noite de 13 de fevereiro houve um grande bombardeio aéreo dos aliados a Dresden. A cidade inteira foi incendiada. Ficamos no porão de uma casa. Éramos 15. O calor chegava a 80ºC por causa do fogo na parte externa. Sobrevivemos porque senhoras jogavam água sobre a gente.
Quando saí, vi esqueletos queimados sobre o asfalto.
Meu pai foi libertado da Rússia em 1948, pesando 44 quilos. Minha mãe morreu em 1958 e meu pai decidiu que era o momento de buscar prosperidade no Brasil. Abandonei a faculdade de engenharia hidráulica no primeiro ano e chegamos em 1960.
Em Rolândia (PR), comprou um sítio, que chamou de Rhenânia, região da Alemanha onde vivíamos.
Sergio Ranalli/Folhapress
O agricultor Herbert Bartz em solo com palha, característica do sistema de plantio direto
O café era o produto principal do norte paranaense. O sítio tinha 5.000 pés. Colhemos e erradicamos os cafezais. Percebemos que não nos adaptaríamos ao trabalho braçal que o café exigia.
Passamos a criar porcos e a plantar milho, arroz e trigo. Em 1964, comprei o primeiro saco de semente de soja.
Mas a prosperidade não chegava. Havia geadas e doenças como a febre aftosa.
Meu pai desanimou. Insisti em viver da terra. Em 1966 ele arrendou o sítio para mim. Investi em máquinas, arrendei terras dos vizinhos e passei a trabalhar mais ainda.
Porém as grandes perdas com a erosão me aborreciam muito. A prática era preparar o solo, deixando-o nu para fazer o plantio, e a cada chuva a terra era levada para os rios.
Numa noite de outubro de 1971, constatei que ou essa situação mudava ou não daria mais. Uma grande chuva estava se formando. Sempre que isso acontecia eu não conseguia dormir. Levantei e fui olhar a lavoura.
Foi uma tromba-d'água. Vi a água levando a terra e sementes recém-plantadas.
No Brasil, não havia solução para a erosão. Tinha que ver fora do país.
Na Alemanha não encontrei nada. Na Inglaterra vi agricultores que colhiam trigo e deixavam a palha no chão, mas a queimavam para plantar a safra seguinte, por causa dos maquinários que tinham. Não gostei.
Nos EUA, visitei o produtor Harry Young, que já plantava no sistema de plantio direto havia dez anos.
Vizinhos dele plantavam no chão coberto com palha. Fiquei eufórico, convencido de que ali estava a solução para o meu problema.
Encomendei uma semeadora própria para plantio direto. A máquina chegou ao Brasil em outubro de 1972.
LOUCO
Quando me viram plantando soja sobre a palha do trigo, os vizinhos me chamaram de louco. Até agrônomos e institutos de pesquisa se posicionaram contra mim. Chegaram a atear fogo à palha que deixei sobre o solo.
Surpreendentemente fui bem, com quase 30 sacas por hectare. Parte da safra chegou a ser embargada pela PF, pois um agrônomo denunciou que a soja era ilegal.
Em 1973, o preço do diesel disparou com a crise do petróleo. Passaram a se interessar pelo que fazia, porque o plantio direto economiza combustível, pois não é preciso fazer o preparo do solo.
Foram aparecendo herbicidas que matavam só as invasoras e máquinas mais eficientes para cortar a palha e fazer o plantio. Em 1977, já colhia 50 sacas por hectare. E o solo ficava mais fértil.
Aos poucos, colegas foram aderindo ao sistema.
Tenho certeza de que é possível, com o plantio direto, recuperar áreas degradadas. Não destruímos mais a terra, conseguimos construi-la.
Vão me homenagear com título de doutor. Eu que nem tenho diploma universitário. Sinto-me honrado e feliz.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1273348-tachado-de-louco-agricultor-de-sc-revolucionou-plantio-no-brasil.shtml